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    Alergias sazonais: quando é hora de procurar um clínico médico e entender os sintomas

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    Muitas pessoas associam as alergias apenas a espirros e congestão nasal, mas a verdade é que as reações alérgicas podem se manifestar de diversas formas e afetar diferentes partes do corpo. Problemas de pele, desconfortos digestivos, coceiras e até reações mais graves, como anafilaxia, podem estar relacionados a alergias.

    O que nem todo mundo sabe é que fatores climáticos, como o aumento da umidade, o calor excessivo ou até a mudança de estação, podem influenciar diretamente no aparecimento ou agravamento dessas reações. Por isso, entender como o clima afeta as alergias e quando procurar um especialista é essencial para prevenir complicações.

    Alergia sazonal x clima úmido: qual a diferença?

    Alergias sazonais

    São aquelas que ocorrem em períodos específicos do ano, geralmente associadas à presença de alérgenos no ambiente, como pólen, grama ou fungos. Na primavera, por exemplo, o aumento da polinização das plantas pode desencadear crises alérgicas em pessoas sensíveis.

    Essas alergias não afetam apenas o sistema respiratório. Elas também podem causar manifestações na pele, como urticárias, ou sintomas oculares, como coceira e lacrimejamento. Em alguns casos, alimentos consumidos durante essas épocas também podem potencializar reações cruzadas em pessoas com hipersensibilidades específicas.

    Alergias provocadas pelo clima úmido

    O excesso de umidade favorece o surgimento de mofo, bolor e a proliferação de ácaros, todos potenciais desencadeadores de reações alérgicas. Mas além do impacto respiratório, o clima úmido também pode:

    • Agravar dermatites atópicas (comum em bebês e crianças)
    • Aumentar a incidência de infecções fúngicas na pele
    • Causar coceiras, vermelhidão e descamação em áreas de maior transpiração

    Ambientes mal ventilados e roupas molhadas ou úmidas são grandes vilões para quem tem alergias cutâneas.

    Tipos de alergias que o clima pode agravar

    As mudanças climáticas e a umidade podem intensificar diferentes tipos de reações alérgicas. Veja algumas delas:

    Dermatite atópica

    É uma inflamação crônica da pele que piora com o calor, suor e umidade. As lesões costumam surgir nas dobras dos braços, pernas e pescoço, causando coceira intensa e ressecamento.

    Urticária

    Caracterizada por placas avermelhadas e coceira intensa, pode ser desencadeada por mudanças bruscas de temperatura, exposição ao sol ou ao frio, além de contato com substâncias específicas presentes no ambiente.

    Alergias alimentares

    Embora não estejam diretamente relacionadas ao clima, algumas alergias alimentares podem se manifestar com mais frequência em determinadas épocas do ano, seja por aumento no consumo de certos alimentos (como frutos do mar no verão) ou por processos infecciosos que alteram a sensibilidade imunológica do corpo.

    Alergias a medicamentos

    Gripes e resfriados comuns em estações chuvosas ou frias levam ao uso mais frequente de medicamentos. Pessoas alérgicas a anti-inflamatórios, antibióticos ou analgésicos podem apresentar reações diversas, como erupções cutâneas, inchaço nos lábios ou pálpebras e, em casos mais graves, choque anafilático.

    Quando é hora de procurar um profissional médico?

    Muitos ignoram os primeiros sinais de alergia por acreditarem que são passageiros. Mas alguns sintomas não devem ser subestimados. Busque ajuda médica quando:

    • Os sintomas persistirem por mais de 10 dias
    • Houver episódios recorrentes de coceiras, placas vermelhas ou inchaço
    • Reações surgirem sempre que você estiver em determinados ambientes (como locais úmidos ou com mofo)
    • Surgirem sintomas após uso de medicamentos, consumo de certos alimentos ou contato com animais
    • Ocorrerem episódios de dificuldade para respirar, chiado no peito ou sensação de garganta fechando
    • Existirem casos graves de alergia na família (histórico familiar é um fator de risco)

    O primeiro passo pode ser procurar um especialista em clínica médica, que pode direcionar para o profissional especializado em alergias: o alergologista. Ele é o profissional capacitado para investigar a origem da alergia, identificar os alérgenos responsáveis e indicar o tratamento adequado.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico é clínico e pode ser complementado por exames, como:

    • Teste cutâneo (prick test): pequenas gotas de extratos alergênicos são aplicadas na pele para identificar sensibilidades.
    • Exames de sangue (IgE específica): detectam a presença de anticorpos para determinados alérgenos.
    • Diário de sintomas: o paciente registra alimentos ingeridos, locais visitados e produtos utilizados para identificar padrões.

    Essas informações ajudam o médico a estabelecer um plano de controle e prevenção das crises.

    Tratamento: o controle é possível

    O tratamento para alergias varia de acordo com o tipo e a gravidade da reação. Pode incluir:

    • Medicamentos: antialérgicos, corticosteroides tópicos ou orais e broncodilatadores (quando há sintomas respiratórios).
    • Imunoterapia: indicada para casos crônicos, consiste na aplicação de vacinas com doses progressivas do alérgeno para dessensibilização.
    • Orientações ambientais e alimentares: mudanças no dia a dia podem evitar exposições desnecessárias aos gatilhos da alergia.

    Com o tratamento correto, é possível reduzir significativamente as crises e melhorar a qualidade de vida.

    Cuidados diários que fazem a diferença

    Adotar algumas medidas simples no dia a dia pode ajudar a prevenir crises alérgicas:

    • Evite roupas úmidas ou guardadas por muito tempo
    • Prefira ambientes bem ventilados e com exposição ao sol
    • Mantenha a limpeza de tapetes, cortinas, colchões e travesseiros
    • Lave roupas de cama com frequência e, se possível, com água quente
    • Evite produtos de limpeza com cheiro forte ou perfumes intensos
    • Leia sempre os rótulos de alimentos industrializados
    • Em caso de alergia alimentar, mantenha epinefrina injetável prescrita pelo médico por perto

    Alergias são condições comuns, mas que precisam de atenção individualizada. O clima, a umidade e as mudanças de estação têm papel importante no desencadeamento e agravamento das reações alérgicas — sejam elas respiratórias, cutâneas ou alimentares. Observar os sintomas, conhecer os gatilhos e procurar ajuda especializada é o primeiro passo para garantir bem-estar, mesmo em períodos críticos.

    Se você sente que seu corpo responde de forma exagerada a pequenas mudanças ambientais ou alimentares, procure um alergologista. Um diagnóstico correto e um tratamento bem orientado podem transformar sua rotina e devolver sua qualidade de vida.

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