Durante o outono e o inverno, o número de casos de gripes, resfriados e outras infecções respiratórias tende a aumentar consideravelmente. Com a maior circulação de vírus e bactérias, hábitos simples como lavar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel podem fazer toda a diferença na prevenção de doenças. Embora seja uma prática rotineira, a higienização das mãos ainda é negligenciada por muitas pessoas, o que pode facilitar a propagação de agentes infecciosos em ambientes coletivos e até mesmo dentro de casa.
A mão como principal vetor de transmissão de doenças
Estudos mostram que as mãos são o principal meio de transporte de microrganismos, inclusive os causadores de infecções respiratórias, gastrointestinais e dermatológicas. Isso acontece porque elas entram em contato direto com superfícies contaminadas, outras pessoas e o próprio rosto, especialmente olhos, boca e nariz, que são portas de entrada para vírus e bactérias.
Em épocas como o inverno, por exemplo, o aumento do tempo em ambientes fechados e com pouca ventilação favorece a transmissão de doenças, tornando a higiene das mãos ainda mais essencial. É importante lembrar que alguns vírus, como o da gripe (influenza) e o SARS-CoV-2 (responsável pela COVID-19), podem permanecer ativos em superfícies por horas, e o contato das mãos com essas superfícies pode levar à infecção.
Quando higienizar as mãos?
A higienização das mãos deve ser feita com maior frequência do que muitas pessoas imaginam. É importante adotá-la sempre que houver risco de contaminação ou transmissão de agentes infecciosos. Veja os principais momentos em que lavar as mãos é fundamental:
- Antes e depois de tocar nos olhos, nariz ou boca;
- Antes de preparar ou consumir alimentos;
- Após usar o banheiro;
- Depois de tossir, espirrar ou assoar o nariz;
- Após contato com superfícies de uso coletivo, como maçanetas, corrimãos e botões de elevadores;
- Ao chegar da rua em casa, no trabalho ou em qualquer outro ambiente;
- Após mexer com lixo ou objetos sujos;
- Depois de cuidar de alguém doente, principalmente com sintomas respiratórios.
Reforçar esse hábito em crianças, idosos e pessoas com imunidade comprometida é essencial, já que esses grupos são mais vulneráveis às complicações decorrentes de infecções.
Higienização com água e sabão ou álcool em gel?
Sempre que possível, a lavagem das mãos com água e sabão deve ser priorizada, pois essa combinação é altamente eficaz na remoção de sujeiras visíveis e microrganismos. O sabão ajuda a dissolver a gordura da pele, onde os vírus costumam se esconder, facilitando sua eliminação com o enxágue.
No entanto, quando não houver acesso imediato a pias e sabão, o uso de álcool em gel a 70% é uma alternativa eficiente e prática. É importante frisar que apenas soluções com essa concentração são realmente capazes de desativar os vírus e eliminar bactérias com eficácia.
Vale lembrar que nem o álcool em gel nem a lavagem com sabão substituem outras medidas de prevenção, como o uso de máscaras em locais fechados ou a ventilação adequada dos ambientes, especialmente durante surtos ou epidemias.
Como lavar as mãos corretamente
Lavar as mãos não é apenas passar água e sabão rapidamente. O processo deve seguir algumas etapas para garantir que todas as partes da mão sejam devidamente higienizadas. De acordo com orientações do Ministério da Saúde, a lavagem adequada deve seguir o seguinte passo a passo:
- Molhe as mãos com água limpa e corrente;
- Aplique sabão suficiente para cobrir todas as superfícies das mãos;
- Esfregue bem as palmas das mãos uma na outra;
- Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda com os dedos entrelaçados e vice-versa;
- Esfregue as palmas com os dedos entrelaçados;
- Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta;
- Esfregue os polegares com movimentos circulares;
- Esfregue as pontas dos dedos contra a palma da mão oposta;
- Enxágue bem com água corrente;
- Seque com papel toalha descartável ou uma toalha limpa.
O tempo recomendado para essa lavagem completa é de, no mínimo, 40 a 60 segundos.
O papel da higienização das mãos no controle de surtos
Durante pandemias, surtos ou mesmo no aumento sazonal de doenças, a higiene das mãos atua como uma barreira essencial entre o indivíduo e o patógeno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece essa prática como uma das principais estratégias de controle de infecções tanto na comunidade quanto em ambientes de saúde.
Hospitais e clínicas, por exemplo, adotam protocolos rigorosos de higienização das mãos entre profissionais da saúde, justamente para evitar a transmissão cruzada entre pacientes. O mesmo conceito pode (e deve) ser aplicado em casa, no trabalho, nas escolas e em qualquer lugar onde haja convivência com outras pessoas.
O fortalecimento desse hábito na sociedade pode reduzir significativamente a carga de doenças infecciosas e seus impactos nos sistemas de saúde, especialmente durante períodos críticos do ano.
Higiene das mãos também é um ato de empatia
Cuidar da própria saúde é também proteger quem está ao redor. Manter as mãos limpas ajuda a reduzir o risco de transmitir doenças para pessoas com maior fragilidade imunológica, como crianças pequenas, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.
A higienização das mãos é um gesto simples, rápido, barato e que salva vidas. Em momentos de maior risco de contágio, esse cuidado deve ser visto não apenas como uma atitude individual, mas como uma prática coletiva de responsabilidade social.
Um hábito simples que faz toda a diferença
Em meio à correria do dia a dia, lavar as mãos pode parecer algo trivial. No entanto, a adoção correta e frequente dessa prática tem um impacto direto na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar de toda a comunidade. Ao reforçar esse hábito, especialmente nas temporadas de maior circulação de vírus e bactérias, você contribui para a quebra da cadeia de transmissão de agentes infecciosos e ajuda a preservar a saúde coletiva.
Valorizar a higiene das mãos é uma forma de se proteger e de cuidar do outro. E em tempos em que a prevenção é a melhor aliada da saúde, atitudes simples como essa continuam sendo grandes aliadas na luta contra doenças evitáveis.