O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Apesar da alta incidência, a boa notícia é que, quando detectado precocemente, as chances de cura são superiores a 90%. Por isso, entender a importância da prevenção, dos exames de rotina e do acompanhamento médico é essencial para cuidar da saúde masculina e reduzir a mortalidade causada por essa doença.
O que é o câncer de próstata?
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela tem como principal função a produção do líquido que compõe o sêmen. Com o passar dos anos, especialmente após os 50 anos, essa glândula pode sofrer alterações — algumas benignas, como a hiperplasia prostática benigna, e outras malignas, como o câncer de próstata.
O câncer de próstata ocorre quando as células dessa glândula passam a se multiplicar de forma desordenada, formando um tumor. Na fase inicial, a doença costuma ser silenciosa, o que torna ainda mais importante a realização de exames preventivos.
Quem está mais propenso a desenvolver a doença?
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de próstata. Os principais são:
- Idade: o risco aumenta significativamente a partir dos 50 anos.
- Histórico familiar: homens com pai, irmão ou avô que tiveram câncer de próstata têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
- Raça: homens negros têm maior risco de desenvolver a doença e de apresentá-la em estágio mais avançado.
- Hábitos de vida: alimentação rica em gordura animal, sedentarismo, obesidade e tabagismo também estão associados a um maior risco.
A importância da prevenção e do diagnóstico precoce
A prevenção do câncer de próstata envolve tanto a adoção de hábitos saudáveis quanto o acompanhamento médico regular. Embora não haja uma forma 100% eficaz de evitar a doença, é possível reduzir os riscos e, principalmente, aumentar as chances de cura com o diagnóstico precoce.
Muitos homens ainda têm resistência em buscar o urologista e realizar os exames de rotina. Esse receio, muitas vezes baseado em preconceitos ou desinformação, pode ser um obstáculo perigoso. Quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores são as chances de um tratamento bem-sucedido, menos invasivo e com menos efeitos colaterais.
Quais exames são utilizados para detectar o câncer de próstata?
Existem dois principais exames utilizados na detecção do câncer de próstata:
1. Exame de toque retal
Apesar do preconceito que ainda cerca esse exame, ele é rápido, indolor e fundamental para a avaliação da próstata. Com ele, o médico consegue verificar alterações no tamanho, formato e textura da glândula.
2. Dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico)
É um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata. Níveis elevados de PSA podem indicar problemas como infecção, hiperplasia ou câncer. Porém, o PSA isolado não é suficiente para fechar o diagnóstico — por isso, deve ser sempre analisado junto ao exame de toque retal e ao histórico do paciente.
Se houver suspeita após esses exames iniciais, o médico pode solicitar outros procedimentos, como a ressonância magnética ou uma biópsia da próstata, para confirmar o diagnóstico.
Quando começar a fazer os exames?
De acordo com orientações de instituições como o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), homens sem sintomas e sem histórico familiar devem conversar com o médico sobre a realização dos exames a partir dos 50 anos. Já aqueles com histórico familiar da doença ou pertencentes a grupos de risco devem iniciar esse acompanhamento mais cedo, geralmente aos 45 anos.
É importante ressaltar que o rastreamento deve ser uma decisão compartilhada entre médico e paciente, levando em consideração fatores individuais, riscos e benefícios.
Sintomas que merecem atenção
Embora o câncer de próstata em estágio inicial seja assintomático, quando os sintomas aparecem, é sinal de que a doença pode estar mais avançada. Fique atento a sinais como:
- Dificuldade para urinar;
- Urgência e aumento da frequência urinária, principalmente à noite;
- Dor ou queimação ao urinar;
- Sangue na urina ou no sêmen;
- Dor na região pélvica, lombar ou nos ossos.
Caso apresente qualquer um desses sintomas, procure imediatamente um médico urologista.
Estilo de vida saudável também faz parte da prevenção
Além dos exames, cuidar da saúde de forma geral é essencial para reduzir os riscos do câncer de próstata e outras doenças crônicas. Algumas atitudes que fazem a diferença incluem:
- Alimentação equilibrada: rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e com redução do consumo de gorduras saturadas e processados.
- Atividade física regular: ajuda a manter o peso adequado e melhora o funcionamento do organismo.
- Não fumar: o tabaco está associado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
- Moderação no consumo de bebidas alcoólicas: o excesso de álcool também é fator de risco para várias doenças.
Acompanhamento médico é um ato de autocuidado
Fazer check-ups anuais, visitar o urologista regularmente e manter uma rotina de cuidados com a saúde não é sinal de fraqueza, mas sim de responsabilidade. O diagnóstico precoce, além de salvar vidas, permite tratamentos menos agressivos e maior qualidade de vida.
Homens que cuidam da saúde inspiram familiares, amigos e ajudam a quebrar estigmas prejudiciais que ainda cercam o universo masculino.
Prevenir é o melhor caminho
O câncer de próstata pode ser uma ameaça silenciosa, mas o conhecimento e a prevenção são as melhores armas para enfrentá-lo. Exames regulares, acompanhamento médico e hábitos saudáveis são atitudes simples que fazem uma grande diferença na saúde masculina.
Valorize sua vida, cuide da sua saúde e incentive outros homens a fazerem o mesmo. O cuidado começa com a informação.
