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    Anemia ferropriva: como prevenir e tratar a deficiência de ferro que afeta milhões de brasileiros

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    A anemia ferropriva é a forma mais comum de anemia no mundo, causada pela deficiência de ferro no organismo. Apesar de muitas vezes silenciosa, essa condição pode comprometer a qualidade de vida e até agravar doenças preexistentes se não for diagnosticada e tratada corretamente.

    O que é anemia ferropriva?

    A anemia ferropriva é caracterizada pela redução dos níveis de hemoglobina no sangue devido à deficiência de ferro. Esse mineral é essencial para a produção dos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos do corpo. Quando há pouco ferro no organismo, a produção de hemoglobina diminui, afetando diretamente o funcionamento de órgãos e sistemas.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia afeta cerca de 1,6 bilhão de pessoas no mundo — e a ferropriva representa mais de 50% dos casos. No Brasil, é especialmente prevalente entre crianças, mulheres em idade fértil e gestantes, exigindo atenção contínua da saúde pública.

    Quais são as principais causas da anemia ferropriva?

    Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da anemia ferropriva. Entre os mais comuns, destacam-se:

    • Baixa ingestão de ferro na alimentação: dietas pobres em alimentos ricos em ferro, como carnes vermelhas, feijão, vegetais verde-escuros e leguminosas.
    • Má absorção intestinal: algumas condições, como a doença celíaca ou a gastrite atrófica, dificultam a absorção adequada de ferro pelo intestino.
    • Perdas sanguíneas: menstruação intensa, sangramentos gastrointestinais ou doações frequentes de sangue também reduzem os estoques de ferro.
    • Demandas aumentadas: em fases da vida com maior necessidade de ferro, como a infância, adolescência e gravidez, o risco de deficiência é maior.

    Sintomas que merecem atenção

    Os sinais da anemia ferropriva podem se desenvolver de forma lenta, o que dificulta o diagnóstico precoce. Fique atento aos principais sintomas:

    • Cansaço e fraqueza constante
    • Palidez, principalmente na pele e mucosas
    • Tonturas e dores de cabeça
    • Queda de cabelo
    • Falta de apetite
    • Unhas fracas ou quebradiças
    • Falta de ar aos pequenos esforços
    • Dificuldade de concentração e memória

    Em crianças, a anemia pode comprometer o desenvolvimento cognitivo e físico, impactando diretamente o desempenho escolar e o crescimento saudável.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da anemia ferropriva é feito por meio de exames laboratoriais, como:

    • Hemograma completo: permite avaliar os níveis de hemoglobina e hematócrito, além do volume e quantidade de glóbulos vermelhos.
    • Dosagem de ferritina: indica a quantidade de ferro armazenado no organismo.
    • Saturação de transferrina: avalia a capacidade do sangue de transportar ferro.

    Em alguns casos, exames adicionais podem ser solicitados para investigar causas de sangramentos internos ou condições que afetam a absorção de nutrientes.

    Estratégias para prevenir a anemia ferropriva

    A boa notícia é que a anemia ferropriva pode ser evitada com medidas simples no dia a dia. Veja as principais estratégias de prevenção:

    1. Alimentação rica em ferro

    Uma dieta equilibrada é a principal aliada na prevenção da anemia. Inclua fontes de ferro de origem animal (ferro heme), como:

    • Carnes vermelhas magras
    • Fígado
    • Frango e peixes

    E também fontes de ferro vegetal (ferro não-heme), como:

    • Feijão, lentilha e grão-de-bico
    • Espinafre, couve e brócolis
    • Sementes de abóbora e tofu

    Dica importante: combine alimentos ricos em ferro com fontes de vitamina C (como laranja, acerola ou tomate) para aumentar a absorção do mineral.

    2. Cuidado com os inibidores da absorção

    Evite consumir café, chá preto, leite e derivados junto às refeições principais, pois essas bebidas contêm substâncias que reduzem a absorção do ferro.

    3. Suplementação preventiva

    Em casos específicos — como gestantes, lactantes e crianças em fase de crescimento — o médico pode recomendar suplementos de ferro para prevenir a deficiência, especialmente se a alimentação não for suficiente.

    Tratamento da anemia ferropriva: o que esperar?

    Uma vez diagnosticada, a anemia ferropriva deve ser tratada com acompanhamento médico. O tratamento pode incluir:

    1. Suplementação com ferro oral

    O tratamento mais comum é feito com sulfato ferroso ou outras formas de ferro oral, geralmente em comprimidos. O uso é contínuo por semanas ou meses, até que os estoques de ferro se normalizem.

    É importante tomar o suplemento em jejum e evitar o consumo simultâneo de alimentos que inibem sua absorção, como laticínios ou café.

    2. Suplementação injetável

    Em casos mais graves, quando o paciente apresenta intolerância ao ferro oral ou possui doenças que comprometem a absorção intestinal, o ferro pode ser administrado por via intravenosa.

    3. Tratar a causa da deficiência

    Além de repor o ferro, é essencial investigar e tratar a origem da anemia — seja uma perda de sangue, uma dieta inadequada ou alguma doença gastrointestinal.

    Quando procurar ajuda médica?

    Se você apresentar sintomas persistentes como cansaço extremo, tontura, palidez ou queda de cabelo frequente, é importante buscar um clínico geral ou hematologista. A anemia ferropriva, quando tratada a tempo, tem excelente prognóstico e recuperação total.

    Crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas e idosos fazem parte dos grupos mais vulneráveis e devem manter consultas regulares para avaliação da saúde sanguínea.

    A anemia ferropriva é uma condição comum, mas que pode ser evitada com boas escolhas alimentares, acompanhamento médico e atenção aos sinais do corpo. Manter os níveis de ferro adequados é essencial para garantir energia, vitalidade e qualidade de vida em todas as fases da vida.

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