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    Quando procurar um hematologista: sinais de alerta e doenças do sangue que merecem atenção

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    Cansaço excessivo, manchas roxas na pele sem motivo aparente e infecções recorrentes podem parecer sintomas isolados, mas muitas vezes são sinais de que algo mais sério pode estar acontecendo com o organismo. Nesses casos, é essencial procurar um hematologista — o médico especialista em diagnosticar e tratar doenças relacionadas ao sangue.

    Apesar de sua importância, muitas pessoas não sabem ao certo quando procurar esse profissional ou mesmo qual o papel da hematologia na manutenção da saúde. 

    O que faz um hematologista?

    O hematologista é o médico responsável por investigar, diagnosticar e tratar doenças que afetam os componentes do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas e a medula óssea. Além disso, esse especialista também cuida dos linfonodos, do baço e do sistema linfático como um todo.

    Esse profissional atua tanto no acompanhamento de condições benignas — como anemias e distúrbios de coagulação — quanto no tratamento de doenças mais graves, como leucemias, linfomas e mielomas múltiplos.

    Quando é o momento certo de procurar um hematologista?

    Nem sempre os sintomas das doenças hematológicas são óbvios. Muitos deles podem ser confundidos com sinais de outras condições menos preocupantes, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento.

    Veja a seguir alguns sinais e situações que indicam a necessidade de buscar avaliação com um hematologista:

    1. Cansaço e fadiga constantes

    Se mesmo após uma boa noite de sono você continua se sentindo exausto ou sem energia para realizar atividades simples do dia a dia, é importante investigar. A fadiga crônica é um dos principais sintomas da anemia, especialmente quando há deficiência de ferro ou de vitamina B12.

    2. Palidez e falta de ar

    A palidez na pele e nas mucosas (como a parte interna dos olhos e lábios) pode ser um indicativo de redução dos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio. Quando há menos oxigênio circulando no corpo, também é comum sentir falta de ar, mesmo em repouso ou com esforço leve.

    3. Manchas roxas e sangramentos fáceis

    Aparecimento frequente de hematomas (manchas roxas) ou sangramentos espontâneos — como sangramento nasal, nas gengivas ou menstruação muito intensa — pode indicar problemas na coagulação sanguínea ou baixa contagem de plaquetas.

    4. Infecções recorrentes

    Quando o organismo apresenta dificuldade em combater infecções simples, como gripes, infecções urinárias ou de garganta, isso pode indicar alterações nos glóbulos brancos. É um sintoma que merece atenção especial, pois pode estar relacionado a doenças hematológicas graves, como a leucemia.

    5. Aumento dos gânglios linfáticos

    Gânglios linfáticos aumentados (ínguas), principalmente quando não estão associados a infecções passageiras e duram mais de duas semanas, devem ser investigados por um especialista. Eles podem sinalizar infecções crônicas ou até mesmo linfomas.

    Principais doenças do sangue tratadas pelo hematologista

    Conhecer as doenças mais comuns tratadas pela hematologia ajuda a entender a importância dessa especialidade para a saúde global do corpo. Confira algumas das principais:

    Anemia

    A anemia ocorre quando há diminuição dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina no sangue. Pode ter várias causas, incluindo deficiência de ferro, doenças crônicas, distúrbios genéticos (como a anemia falciforme) ou problemas na medula óssea.

    Distúrbios da coagulação

    Doenças como hemofilia e púrpura trombocitopênica idiopática afetam a capacidade do sangue de coagular adequadamente, resultando em sangramentos prolongados ou espontâneos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações.

    Leucemia

    A leucemia é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos, comprometendo o sistema imunológico. Os sintomas incluem fadiga intensa, perda de peso, infecções frequentes e hematomas. O tratamento costuma envolver quimioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea.

    Linfoma

    O linfoma é um câncer que se origina nos linfócitos, um tipo de glóbulo branco. Pode atingir os linfonodos, o baço e outras partes do sistema linfático. Existem dois tipos principais: linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin.

    Mieloma múltiplo

    Esse câncer afeta as células plasmáticas da medula óssea, prejudicando a produção de anticorpos e a saúde óssea. Pode causar dores nos ossos, fraturas frequentes, anemia e disfunção renal.

    A importância do diagnóstico precoce

    Assim como em outras especialidades médicas, o diagnóstico precoce é um fator decisivo para o sucesso no tratamento das doenças hematológicas. Muitas delas evoluem silenciosamente, sem sintomas evidentes nas fases iniciais.

    Por isso, consultas de rotina, check-ups e exames de sangue periódicos são aliados indispensáveis da prevenção e do cuidado com a saúde. Em caso de sintomas persistentes ou alterações em exames laboratoriais, é fundamental procurar um hematologista.

    Exames mais solicitados pelo hematologista

    O hematologista se apoia em diversos exames laboratoriais e de imagem para fechar diagnósticos e monitorar o progresso do tratamento. Entre os principais, estão:

    • Hemograma completo: Avalia a quantidade e a qualidade dos glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
    • Ferro sérico e ferritina: Importantes para o diagnóstico de anemia ferropriva.
    • Tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA): Avaliam o funcionamento da coagulação sanguínea.
    • Eletroforese de hemoglobina: Útil para diagnosticar anemias hereditárias, como a falciforme ou a talassemia.
    • Punção ou biopsia de medula óssea: Utilizadas em casos suspeitos de leucemia, mieloma ou outras alterações hematológicas graves.

    O hematologista também atua na prevenção

    Apesar de ser mais procurado em situações específicas ou mais graves, o hematologista pode contribuir com a prevenção de doenças por meio da orientação adequada e do monitoramento de pacientes com histórico familiar de alterações sanguíneas.

    Além disso, pessoas com doenças crônicas, como insuficiência renal, lúpus, HIV ou câncer, também se beneficiam do acompanhamento hematológico, pois essas condições podem impactar diretamente na saúde do sangue.

    A saúde do sangue está diretamente ligada ao funcionamento de todo o organismo. Por isso, não ignore sinais como cansaço excessivo, sangramentos anormais ou infecções frequentes. O acompanhamento com um hematologista pode ser decisivo para identificar e tratar precocemente doenças que, muitas vezes, evoluem de forma silenciosa.

    Se você apresenta algum dos sintomas descritos neste artigo ou tem histórico familiar de doenças hematológicas, procure um médico e realize os exames indicados. Cuidar do seu sangue é também cuidar da sua saúde como um todo.

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