A rinite alérgica, uma das doenças respiratórias mais comuns no Brasil, tem se tornado motivo de atenção redobrada em 2025. De acordo com uma análise de sazonalidade e dados de serviços de saúde, houve um aumento significativo nos atendimentos relacionados à condição, especialmente nos meses de outono e início do inverno. A explicação pode estar ligada a uma combinação de fatores: clima mais seco, mudanças bruscas de temperatura, aumento na concentração de poluentes e, claro, maior exposição a alérgenos típicos dessa época.
De acordo com uma reportagem publicada pelo G1, o cenário atual exige atenção especial da população — principalmente daqueles que já possuem histórico de alergias respiratórias. Além disso, o número de consultas médicas por queixas como espirros, congestão nasal e coceira no nariz disparou em diversas regiões do país.
O que é rinite alérgica e por que ela piora em determinadas épocas do ano?
A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa nasal causada por uma reação exagerada do sistema imunológico a alérgenos como poeira, ácaros, mofo, pólens e pelos de animais. Os sintomas mais comuns incluem:
- Espirros em sequência
- Nariz entupido ou escorrendo
- Coceira no nariz, olhos e garganta
- Sensação de pressão nos seios da face
Embora seja uma condição crônica e não contagiosa, ela pode impactar significativamente a qualidade de vida. Durante o outono e o inverno, quando as temperaturas caem e os ambientes ficam mais fechados, a exposição a agentes alergênicos tende a aumentar — agravando os sintomas.
Além disso, nessas estações do ano o ar fica mais seco, o que favorece a irritação das vias respiratórias e a proliferação de vírus e bactérias. Para quem tem rinite, isso representa um cenário ainda mais desafiador.
O que explica o aumento dos casos de rinite em 2025?
A análise de dados realizada por especialistas em saúde respiratória aponta que 2025 registrou um outono atípico, com menor volume de chuvas e maior concentração de poluentes em grandes centros urbanos. Esse fator, aliado à intensificação das mudanças climáticas, impacta diretamente a saúde respiratória da população.
Entre os principais fatores que contribuíram para esse cenário, destacam-se:
1. Clima mais seco e instável
O período de estiagem se prolongou em várias regiões, aumentando a presença de partículas em suspensão no ar. A baixa umidade também resseca as mucosas nasais, facilitando inflamações e infecções.
2. Poluição atmosférica
Com menos chuvas para “limpar” o ar, houve aumento na concentração de poeira, fuligem e outros poluentes, que funcionam como irritantes para as vias respiratórias.
3. Permanência prolongada em ambientes fechados
Em épocas mais frias, as pessoas tendem a manter janelas fechadas, aumentando a concentração de ácaros, mofo e outros agentes desencadeadores dentro de casa.
4. Baixa adesão a tratamentos preventivos
Muitas pessoas com histórico de rinite não seguem um tratamento contínuo e acabam recorrendo a medicamentos apenas quando os sintomas se intensificam — o que dificulta o controle eficaz da doença.
Rinite ou resfriado? Como identificar a diferença
É comum confundir os sintomas da rinite com os de um resfriado, especialmente durante o outono e o inverno. No entanto, existem algumas diferenças importantes:
Característica | Rinite Alérgica | Resfriado Comum |
Início | Súbito (após contato com alérgeno) | Gradual |
Febre | Ausente | Presente (leve) |
Coriza | Clara e aquosa | Amarelada ou esverdeada |
Duração | Enquanto houver exposição | 5 a 7 dias |
Contágio | Não | Sim |
Identificar corretamente a causa dos sintomas é essencial para o tratamento adequado. Em caso de dúvidas, é sempre recomendável procurar orientação médica.
Cuidados diários para prevenir crises de rinite
Mesmo que a rinite não tenha cura, é possível manter os sintomas sob controle com medidas simples no dia a dia. Veja algumas dicas:
Mantenha a casa ventilada e limpa
Evite o acúmulo de poeira e umidade. Aspire tapetes, cortinas e colchões com frequência e prefira panos úmidos ao varrer.
Lave as roupas de cama regularmente
Troque lençóis, fronhas e cobertores toda semana. Em épocas mais frias, evite armazenar roupas de lã ou mantas guardadas por muito tempo sem lavar.
Use umidificadores com moderação
O ar muito seco prejudica as vias respiratórias, mas a umidade excessiva pode favorecer o mofo. Mantenha o equilíbrio, e sempre higienize o aparelho.
Evite produtos com cheiro forte
Aromatizantes, desinfetantes, perfumes e produtos de limpeza muito agressivos podem irritar a mucosa nasal.
Faça lavagem nasal com soro fisiológico
Esse hábito ajuda a remover partículas irritantes e a manter a mucosa hidratada. Pode ser feito de 1 a 2 vezes por dia, principalmente ao acordar e antes de dormir.
Quando procurar um especialista?
Se você convive com crises frequentes de rinite ou se os sintomas se intensificaram nos últimos meses, é importante procurar um otorrinolaringologista ou alergista. Em alguns casos, pode ser necessário realizar testes alérgicos para identificar os principais gatilhos da condição.
Além disso, o tratamento pode incluir:
- Uso contínuo de anti-histamínicos ou corticosteroides nasais
- Imunoterapia (vacinas para alergia)
- Orientações específicas para mudanças no ambiente doméstico
O acompanhamento médico é essencial para evitar complicações, como sinusite crônica ou infecções respiratórias recorrentes.
Respirar bem é viver melhor
O aumento dos casos de rinite alérgica em 2025 reforça a importância de entender como o ambiente afeta diretamente a nossa saúde. Mesmo sendo uma condição comum, a rinite pode comprometer a qualidade do sono, o rendimento no trabalho e até a saúde emocional das pessoas afetadas.
Portanto, prevenir é sempre o melhor caminho. Com mudanças simples na rotina, cuidados com o ambiente doméstico e acompanhamento profissional, é possível passar pelas estações mais críticas com mais tranquilidade e saúde respiratória em dia.