A dor na nuca é uma queixa comum, que pode ter diversas causas, variando desde problemas musculares até condições mais complexas. Fatores como o estresse, a manutenção da mesma postura por longos períodos, alterações ósseas ou musculares na região cervical, distúrbios na articulação temporomandibular (ATM), e até problemas de visão podem desencadear esse tipo de dor.
Além disso, condições como a pressão alta, problemas neurológicos ou infecções também podem se manifestar com dor na nuca, muitas vezes acompanhada de outros sintomas. É importante considerar todas essas possibilidades ao tentar identificar a origem da dor, para que o tratamento adequado seja realizado.
Nesse contexto, saber identificar as causas e o momento certo de procurar ajuda médica é fundamental. Este artigo explora as principais razões por trás da dor na nuca e orienta sobre quando é necessário buscar um profissional de saúde.
Principais causas de dor na nuca
Manutenção da mesma postura por muito tempo
Ficar na mesma posição por longos períodos é uma das principais causas de dor na nuca, especialmente em pessoas que passam muitas horas sentadas, como aquelas que trabalham no computador. Quando permanecemos por muito tempo na mesma postura, os músculos podem ficar tensionados e os nervos da coluna podem ser comprimidos, resultando em desconforto e dor na região cervical.
Para evitar esse tipo de dor, é essencial fazer pausas regulares e alongamentos durante o dia. Quando estiver sentado, procure variar a posição, levantando-se de vez em quando. Certifique-se de que a sua estação de trabalho esteja bem ajustada, com a tela do computador à altura dos olhos e a uma distância de 50 a 60 cm, o que pode ser alcançado usando um suporte para o monitor.
Estresse e ansiedade
Assim como a manutenção da mesma postura por muito tempo, o estresse e a ansiedade também podem causar tensão muscular e, consequentemente, gerar dor na nuca. Além disso, essas condições frequentemente estão associadas a dores de cabeça e no corpo.
Para aliviar o estresse e a ansiedade, é importante praticar atividades que promovam o relaxamento, como meditação, atividade física, assistir a um filme ou descansar.
Dessa forma, é possível não só aliviar a dor na nuca, mas também promover bem-estar.
Sinusite
A sinusite é a inflamação da mucosa dos seios nasais, caracterizada pelo acúmulo de secreções, o que leva ao aumento da pressão e dor no rosto, principalmente entre o nariz e os olhos. Em alguns casos, também pode haver sensação de peso na cabeça e dor na nuca.
É importante consultar o clínico geral e iniciar o tratamento mais adequado, podendo ser indicado o uso de descongestionantes nasais ou uso de antibióticos, no caso da sinusite ser causada por bactérias, além do uso de anti-inflamatórios para aliviar os sintomas.
Contratura ou torcicolo
Outra causa muito comum do surgimento de dor na nuca é a presença de problemas musculares, como contraturas e torcicolos, que podem ocorrer na região do pescoço ou da parte superior das costas. Geralmente, esse tipo de dor surge após fazer treinos intensos para costas ou ombros, mas também pode acontecer por manutenção de alguma posição durante o dia ou ao dormir, e normalmente é sentida ao virar o pescoço.
Para melhorar a dor nesses casos, pode-se colocar compressas quentes nas costas e no pescoço. Se a dor não melhorar, deve-se ir ao clínico geral ou ortopedista, pois pode ser necessário iniciar o uso de anti-inflamatórios ou relaxantes musculares, como cloridrato de ciclobenzaprina.
Pressão alta
Situações que provocam aumento exagerado da pressão arterial, como o estresse, são as principais causas de dor na nuca, que pode irradiar para a testa, associada à sensação de peso na cabeça. Além disso, também podem surgir outros sintomas, como visão turva ou embaçada.
A melhor forma de aliviar esse tipo de dor é manter a pressão arterial controlada e adotar bons hábitos alimentares, evitando comer alimentos ricos em sal, além de aumentar a ingestão de água. Outro hábito importante é a prática de atividade física regular, sempre acompanhada por um profissional habilitado. Os exercícios físicos podem melhorar a circulação sanguínea e ajudar a regular a pressão arterial.
No entanto, se a pressão estiver descontrolada ou se dor na nuca surgir de forma mais frequente, é recomendado ir ao cardiologista para que o profissional possa avaliar possíveis alterações e orientar sobre as medicações que podem ser utilizadas.
Artrose
A artrose cervical é uma condição degenerativa que afeta as articulações da coluna cervical, ou seja, as articulações entre as vértebras do pescoço. Com o tempo, o desgaste da cartilagem nas articulações pode levar à formação de osteófitos (bicos de papagaio) e à perda de mobilidade da coluna cervical. Isso resulta em inflamação, rigidez e, muitas vezes, dor.
Essa condição pode causar dor na nuca porque, à medida que as articulações se desgastam, há compressão das estruturas ao redor, como os nervos e músculos. Essa compressão pode gerar tensão e inflamação na região cervical, resultando em dor, que pode irradiar para os ombros, braços e cabeça. Além disso, a rigidez nas articulações pode dificultar os movimentos do pescoço, aumentando a tensão muscular, o que agrava ainda mais a dor na nuca.
Para controlar a dor, é preciso consultar um ortopedista para iniciar o uso de remédios analgésicos, anti-inflamatórios ou de suplementos de glucosamina e condroitina. Além do tratamento medicamentoso, deve-se fazer atividades que ajudam a aliviar o peso sobre as articulações e fortalecer a musculatura das costas e pescoço, como hidroginástica, pilates ou yoga, por exemplo.
Meningite
A meningite é uma das causas mais graves de surgimento de dor na nuca e, embora seja rara, pode surgir em qualquer idade, especialmente se existir algum surto da doença.
Nesses casos, a dor na nuca ou em toda a cabeça é muito forte e surge junto com outros sintomas como febre, náuseas, vômitos e cansaço excessivo.
A dor na nuca piora quando se tenta baixar a cabeça, encostando o queixo no peito, manobra essa realizada pelo médico e que indica sinal de inflamação das meninges.
Vale ressaltar que a meningite precisa ser identificada e tratada o mais rápido possível. Assim, sempre que existir suspeita da doença, é importante ir ao pronto-socorro para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir o uso de antibiótico.
Aneurisma
O aneurisma cerebral é uma dilatação de um vaso sanguíneo no cérebro que pode acabar rompendo com o tempo e causando o surgimento de um AVC hemorrágico. Geralmente, este tipo de alteração não provoca qualquer sintoma antes de romper, mas existem poucos casos em que pode surgir uma dor de cabeça constante na nuca. Já quando rompe, a dor é muito forte e repentina e pode continuar piorando ao longo do tempo.
Se existir suspeita de rompimento de um aneurisma, é muito importante ir imediatamente para o hospital ou chamar uma ambulância, ligando para o 192. O rompimento do aneurisma provoca o mesmo tipo de sequelas que um AVC e, por isso, pode colocar a vida em risco.
Encefalite
A encefalite é a inflamação do cérebro que pode ser causada por infecções virais, bacterianas, parasitárias ou ter origem autoimune. Essa condição é grave e pode causar, além de rigidez na nuca, sintomas como febre, dor de cabeça intensa, convulsões e/ ou perda de equilíbrio.
Quando há suspeita de encefalite, é importante que a pessoa vá para o hospital mais próximo para que o neurologista seja consultado e possa indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir o uso de antibióticos, anti-inflamatórios ou analgésicos, de acordo com a causa.
Enxaqueca
A enxaqueca, além de dor de cabeça moderada a intensa, também pode provocar dor na nuca ou rigidez, assim como náuseas, vômitos, tonturas e sensibilidade a luz e/ ou ruídos.
Essa condição pode ser causada por estresse, ansiedade, alterações hormonais ou uso prolongado de medicamentos, por exemplo.
O tratamento da enxaqueca deve ser orientado pelo neurologista e, apesar de não ter cura, existem diferentes tipos de tratamento que ajudam a aliviar os sintomas, reduzindo o tempo de cada crise. Alguns medicamentos que o médico pode indicar são paracetamol, ibuprofeno, naratriptana ou zolmitriptana, por exemplo.
Alterações visuais
Alterações visuais, como miopia e astigmatismo, podem levar à dor na nuca, devido ao esforço excessivo dos músculos oculares e à inclinação da cabeça ao tentar enxergar melhor. Esse esforço provoca tensão nos músculos do pescoço, resultando em desconforto na região cervical.
Para evitar, é importante corrigir problemas de visão com óculos ou lentes adequadas, além de fazer pausas regulares ao usar dispositivos digitais. Se a dor na nuca persistir ou for acompanhada de outros sintomas, como visão embaçada ou dor de cabeça constante, é essencial buscar a orientação de um médico para avaliar a causa e iniciar o tratamento adequado.
Disfunção temporomandibular
A Disfunção Temporomandibular (DTM) pode causar dor na nuca devido à tensão muscular gerada pelos problemas na articulação temporomandibular (ATM), que conecta a mandíbula ao crânio. A dor pode irradiar para áreas como a nuca e ombros, já que a ATM e os músculos relacionados estão interligados.
Para evitar a dor, é importante reduzir o estresse, evitar ranger os dentes (uso de placa de mordida pode ajudar) e relaxar os músculos da mandíbula. Se a dor for persistente, intensa ou acompanhada de outros sintomas, como dificuldade de abrir a boca, é importante procurar ajuda especializada, como de um dentista ou fisioterapeuta.
Importância de procurar orientação médica
A dor na nuca pode ter diversas causas, desde alterações posturais e estresse até condições mais graves como meningite e aneurisma. A identificação correta da causa é essencial, pois a dor pode ser um sintoma de algo simples ou de algo que requeira atenção médica urgente. Por isso, é crucial estar atento a outros sintomas associados, como febre, perda de sensibilidade, dificuldade para mover o pescoço, náuseas, vômitos ou dor de cabeça intensa.
Caso a dor seja intensa, persistente ou acompanhada de sinais de alerta, é fundamental procurar um médico para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, evitando complicações mais graves.
