Comemorado em 8 de julho, o Dia Mundial da Alergia foi criado para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado das reações alérgicas, que podem variar de quadros leves até situações potencialmente graves. A data também busca ampliar o conhecimento sobre os diferentes tipos de alergias e incentivar hábitos que contribuem para a prevenção.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 30% da população mundial sofre com algum tipo de alergia. No Brasil, estima-se que mais de 35 milhões de pessoas convivem com reações alérgicas frequentes. Diante desses números, entender as causas, sintomas e formas de controle é fundamental para promover qualidade de vida.
O que é alergia e por que ela acontece?
A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a substâncias normalmente inofensivas, chamadas de alérgenos. Entre os mais comuns estão pólen, poeira, pelos de animais, alimentos, medicamentos, ácaros, fungos e picadas de insetos.
Quando o corpo identifica essas substâncias como uma ameaça, ativa um mecanismo de defesa que pode causar sintomas como coceira, espirros, inchaço, vermelhidão, dificuldade para respirar, entre outros. O problema é que, em alguns casos, essa reação pode ser intensa a ponto de colocar a vida em risco, como ocorre na anafilaxia, uma emergência médica.
Tipos mais comuns de alergias
Embora existam centenas de substâncias capazes de causar alergia, alguns tipos são mais frequentes. Conheça os principais:
1. Rinite alérgica
É uma das alergias respiratórias mais comuns. Caracteriza-se por espirros constantes, nariz entupido, coriza, coceira nasal e olhos lacrimejantes. É desencadeada, principalmente, por ácaros da poeira, pólen, mofo e pelos de animais.
Pode ocorrer de forma sazonal (em determinadas épocas do ano) ou persistente (durante todo o ano). A exposição contínua aos alérgenos pode agravar os sintomas e afetar significativamente a qualidade do sono e da respiração.
2. Dermatite atópica
Também conhecida como eczema, é uma inflamação crônica da pele que provoca coceira intensa, vermelhidão e ressecamento. Geralmente começa na infância e pode estar associada a outros tipos de alergia, como rinite e asma.
Fatores como suor, tecidos sintéticos, sabonetes agressivos e mudanças de temperatura podem piorar o quadro. A hidratação constante da pele é essencial para aliviar os sintomas.
3. Asma alérgica
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, e em grande parte dos casos tem origem alérgica. Os principais sintomas incluem falta de ar, chiado no peito, tosse e sensação de aperto no peito.
Gatilhos comuns incluem poeira, mofo, poluição, fumaça de cigarro e infecções respiratórias. O controle ambiental e o uso de medicamentos broncodilatadores são fundamentais no tratamento.
4. Alergias alimentares
Neste tipo, o sistema imunológico reage a determinados alimentos como leite, ovos, amendoim, frutos do mar, trigo e soja. Os sintomas podem surgir minutos após a ingestão ou demorar algumas horas, e variam de leves (urticária e desconforto gastrointestinal) até graves (anafilaxia).
Pessoas com alergias alimentares precisam adotar uma dieta restrita e estar sempre alertas a rótulos e ingredientes.
5. Alergia a medicamentos
Medicamentos como antibióticos (especialmente a penicilina), anti-inflamatórios e analgésicos podem provocar reações alérgicas, que vão desde erupções cutâneas até choques anafiláticos.
É essencial que a pessoa informe os profissionais de saúde sobre qualquer histórico de alergia medicamentosa antes de iniciar um novo tratamento.
6. Alergia a picadas de insetos
Abelhas, vespas, formigas e mosquitos podem causar reações alérgicas em algumas pessoas, como inchaço intenso, coceira e vermelhidão. Em casos mais severos, pode haver queda de pressão e dificuldade para respirar, configurando uma emergência.
Como diagnosticar e tratar uma alergia?
O diagnóstico das alergias é feito por médicos alergistas e imunologistas, geralmente com base no histórico clínico e, quando necessário, por meio de testes específicos, como o teste cutâneo de alergia (prick test) e exames de sangue que identificam anticorpos IgE.
O tratamento pode envolver três frentes:
- Evitar o alérgeno: sempre que possível, o primeiro passo é eliminar ou reduzir a exposição à substância causadora da reação.
- Uso de medicamentos: antialérgicos, corticoides e broncodilatadores são comumente utilizados para controlar os sintomas.
- Imunoterapia (vacinas para alergia): em alguns casos, o médico pode indicar vacinas que ajudam o organismo a desenvolver tolerância ao alérgeno.
Cuidados e prevenção no dia a dia
A adoção de hábitos simples pode fazer a diferença na vida de quem convive com alergias. Veja algumas recomendações importantes:
- Manter a casa limpa e arejada: aspirar o pó com frequência, evitar tapetes, cortinas pesadas e bichos de pelúcia.
- Lavar roupas de cama semanalmente com água quente.
- Evitar exposição ao mofo e à umidade: utilizar desumidificadores e ventilar bem os ambientes.
- Redobrar atenção com alimentos industrializados, sempre conferindo os rótulos.
- Manter a pele hidratada, especialmente em casos de dermatite.
- Evitar uso de produtos com fragrâncias fortes, que podem irritar as vias respiratórias.
- Utilizar roupas protetoras ao ar livre, principalmente em épocas de maior liberação de pólen.
Quando procurar ajuda médica?
Nem toda alergia é leve. Sintomas persistentes, reações intensas ou sinais de anafilaxia, como inchaço de língua, dificuldade para respirar e queda de pressão, exigem atendimento médico imediato.
Além disso, o acompanhamento regular com um especialista é essencial para o controle adequado da alergia e para a orientação sobre tratamentos mais eficazes e seguros.
A importância da conscientização no Dia Mundial da Alergia
Datas como o Dia Mundial da Alergia cumprem um papel essencial ao ampliar o debate sobre doenças muitas vezes negligenciadas, mas que afetam a vida de milhões de pessoas. Reconhecer os sinais, buscar o diagnóstico correto e adotar medidas preventivas pode transformar a relação das pessoas com sua saúde.
Se você ou alguém da sua família apresenta sintomas frequentes, procure orientação médica e busque mais informações sobre o tema. Cuidar das alergias é uma forma de promover bem-estar, qualidade de vida e evitar complicações mais graves no futuro.