A glicemia, popularmente conhecida como “açúcar no sangue”, é a quantidade de glicose presente na corrente sanguínea, sendo um indicador fundamental da saúde metabólica. Sua medição é realizada através de exames específicos, como a glicemia em jejum, capilar e pós-prandial, que fornecem informações cruciais sobre o metabolismo da glicose no organismo.
Como medir a glicemia?
Existem diversas formas de medir a glicemia, cada uma com suas particularidades e indicações. Conheça os principais métodos:
Glicemia de jejum
É um exame de sangue que mede os níveis de glicose após um período de jejum de 8 a 12 horas, sendo considerado um dos principais exames para diagnosticar diabetes e monitorar os níveis de açúcar no sangue de pessoas diabéticas ou com risco para a doença. O valor normal da glicemia de jejum é abaixo de 99 mg/dL.
Glicemia média estimada
A glicemia média estimada (GME) é uma medida da quantidade média de glicose no sangue nos 2 a 3 meses anteriores ao exame. É calculada com base no resultado da dosagem de hemoglobina glicada, que indica como estavam os níveis de glicose nesse período. Assim, os valores normais podem variar entre 68 e 126 mg/dL.
Glicemia capilar
É um teste rápido e prático que pode ser feito em casa ou em qualquer lugar, utilizando um glicosímetro. Consiste em furar a ponta do dedo com uma agulha e colocar uma gota de sangue na fita do aparelho, sendo útil para acompanhar o tratamento da diabetes e verificar os níveis de glicose antes e após as refeições.
Glicemia pós-prandial
A glicemia pós-prandial é um exame de sangue feito em laboratório para avaliar os níveis de glicose no sangue de 1 a 2 horas após o início de uma refeição. Os valores considerados normais em pessoas saudáveis devem estar abaixo de 140 mg/dL.
Hemoglobina glicada
A hemoglobina glicada (HbA1c) é um exame de sangue que avalia a quantidade de glicose ligada à hemoglobina, refletindo o histórico de glicemia nos 3 meses anteriores ao exame. Dessa forma, os valores de referência considerados adequados devem ser entre 4,7% e 5,6%.
Curva glicêmica
A curva glicêmica, também conhecida como teste de tolerância à glicose (TOTG), é um exame de sangue em que se verifica a glicemia em jejum e 2 horas após a ingestão de um líquido açucarado com 75 g de glicose. É útil no diagnóstico de diabetes, pré-diabetes, diabetes gestacional, resistência à insulina e outras alterações relacionadas às células do pâncreas.
Sensor de glicemia
O sensor de glicemia é um dispositivo resistente à água que é aplicado na parte de trás do braço ou no abdômen, permitindo verificar os níveis de glicose no sangue de forma contínua, sem necessidade de picadas no dedo. É especialmente útil para pessoas com diabetes tipo 1 e 2.
Para que serve a glicemia
A glicemia é utilizada para identificar diversas condições, como:
- Diabetes tipo 1
- Diabetes tipo 2
- Diabetes gestacional
- Resistência à insulina
- Pré-diabetes
- Alterações na tireoide
- Doenças do pâncreas
- Problemas hormonais
Além disso, a glicemia pode complementar o diagnóstico da síndrome de Dumping, uma condição em que ocorre a passagem rápida de alimento do estômago para o intestino.
Glicemia baixa
A glicemia baixa, também chamada de hipoglicemia ou glicose baixa, é a diminuição dos níveis de glicose no sangue, identificada através de valores abaixo de 70 mg/dL.
A hipoglicemia pode ser causada pelo uso excessivo de medicamentos para controle da diabetes, ingestão de menores quantidades de comida do que o necessário e consumo de bebidas alcoólicas em excesso.
Sintomas de glicemia baixa
Os sintomas de glicemia baixa são tontura, suor frio, náuseas, visão embaçada, dor de cabeça, confusão mental e, em casos mais graves, desmaio e coma.
Com isso, para tratar a glicemia baixa, é aconselhável ingerir de 15 g a 30 g de carboidratos simples, como uma colher de sopa de açúcar diluída em água ou uma colher de sopa de mel. Em seguida, aguardar 15 minutos, verificar novamente a glicemia e, se continuar baixando, repetir o tratamento. Em casos mais graves, o médico pode prescrever o uso do hormônio glucagon.
Glicemia elevada
A glicemia elevada, ou hiperglicemia, ocorre quando os níveis de açúcar no sangue estão acima de 125 mg/dL em jejum ou 200 mg/dL, 2 horas ou mais após uma refeição.
A glicose alta pode surgir como efeito colateral de medicamentos ou reações do organismo após cirurgias, por exemplo. No entanto, quando é persistente, pode estar associada à diabetes.
Sintomas de glicemia alta
A glicemia elevada normalmente não provoca sintomas. No entanto, quando a glicemia está muito alta e por muito tempo, podem surgir sintomas como aumento do apetite ou sede, visão turva, perda de peso sem motivo aparente e aumento no volume urinário.
Com isso, o tratamento indicado pelo médico pode ser feito com o uso de remédios antidiabéticos, como metformina e glibenclamida, ou injeção de insulina. Além disso, o médico geralmente recomenda mudanças no estilo de vida, como manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, que ajudam a melhorar a ação da insulina e regular a glicemia no sangue.
Portanto, a glicemia é um indicador crucial da saúde metabólica, e seu controle adequado é fundamental para prevenir complicações e garantir o bem-estar. Através de exames regulares e hábitos de vida saudáveis, é possível monitorar e manter os níveis de glicemia dentro da faixa de normalidade, promovendo uma vida mais saudável e equilibrada.