As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ainda são um grande desafio de saúde pública no Brasil e no mundo. Apesar das inúmeras campanhas de conscientização, muitos casos seguem sem diagnóstico ou tratamento adequado, o que pode levar a complicações sérias, como infertilidade, câncer e infecções generalizadas. Mas a boa notícia é que a maioria das ISTs pode ser prevenida, tratada e até curada..
O que são as ISTs e por que é importante falar sobre elas?
As infecções sexualmente transmissíveis, anteriormente chamadas de DSTs, são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos que são transmitidos principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas — seja vaginal, anal ou oral.
Entre as ISTs mais comuns estão:
- HIV/AIDS
- Sífilis
- Gonorreia
- Clamídia
- Herpes genital
- HPV (Papilomavírus humano)
- Hepatites B e C
Muitas dessas infecções podem evoluir de forma silenciosa, sem sintomas aparentes, o que aumenta o risco de transmissão e de complicações futuras. Falar sobre prevenção, testagem e tratamento é essencial para quebrar tabus e garantir saúde sexual para todos.
Como prevenir doenças sexualmente transmissíveis
A prevenção das ISTs envolve uma série de práticas e atitudes que devem fazer parte da rotina de qualquer pessoa sexualmente ativa. Confira as principais formas de proteção recomendadas por especialistas:
1. Uso correto e consistente de preservativos
O preservativo (masculino ou feminino) ainda é a principal ferramenta para evitar a transmissão de ISTs. Ele deve ser utilizado em todas as relações sexuais, inclusive nas práticas orais e anais.
Além de proteger contra o HIV e outras infecções, o uso do preservativo também previne uma gravidez indesejada.
2. Realização regular de exames
Fazer exames de rotina é uma forma eficaz de identificar ISTs precocemente, mesmo quando não há sintomas. A testagem é oferecida gratuitamente no SUS, incluindo testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites virais.
Pessoas com múltiplos parceiros, profissionais do sexo, usuários de drogas e homens que fazem sexo com outros homens fazem parte dos grupos que devem manter atenção redobrada com a saúde sexual.
3. Vacinação
Algumas ISTs, como hepatite B e HPV, podem ser prevenidas por meio de vacinas. Elas estão disponíveis gratuitamente em unidades básicas de saúde, especialmente para adolescentes e jovens, que devem ser vacinados antes do início da vida sexual.
A vacinação é uma das formas mais seguras e eficazes de se proteger contra essas infecções.
4. Diálogo e responsabilidade entre parceiros
Conversar abertamente com o(a) parceiro(a) sobre saúde sexual, histórico de ISTs e uso de proteção é uma atitude de cuidado mútuo. Relações saudáveis envolvem responsabilidade e respeito.
Quais são os principais sintomas das ISTs?
Muitas ISTs não apresentam sintomas nas fases iniciais, mas quando surgem, podem incluir:
- Corrimento anormal (com odor ou cor diferente)
- Feridas ou verrugas na região genital, anal ou oral
- Dor durante as relações sexuais ou ao urinar
- Coceira ou ardência na região íntima
- Inchaço nos genitais ou ínguas na virilha
Diante de qualquer um desses sinais, é fundamental procurar atendimento médico. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura e menores os riscos de complicações.
Tratamento: o que fazer se você for diagnosticado com uma IST?
O tratamento das ISTs depende do tipo de infecção. Algumas são causadas por bactérias, como a sífilis e a gonorreia, e são tratadas com antibióticos. Outras, como o HIV e o herpes, não têm cura, mas podem ser controladas com medicamentos que reduzem a carga viral e melhoram a qualidade de vida.
O papel do SUS no tratamento das ISTs
O Sistema Único de Saúde oferece diagnóstico, tratamento e acompanhamento gratuitos para pessoas com ISTs. O cuidado é sigiloso e acolhedor, garantindo que o paciente receba orientação adequada sem julgamentos.
Importância de seguir corretamente o tratamento
Mesmo que os sintomas desapareçam, é essencial completar o ciclo de tratamento indicado pelo médico. Interromper o uso de medicamentos antes do prazo pode causar resistência aos remédios e tornar o problema ainda mais difícil de resolver.
Além disso, o(a) parceiro(a) também deve ser testado e tratado, quando necessário, para evitar a reinfecção.
O papel da educação sexual na prevenção das ISTs
A educação sexual, desde a adolescência, é uma ferramenta poderosa para reduzir os índices de infecções sexualmente transmissíveis. Falar abertamente sobre sexualidade, proteção e autocuidado ajuda a formar adultos mais conscientes e preparados para cuidar da própria saúde.
Campanhas públicas, ações em escolas e informações acessíveis em canais confiáveis fazem toda a diferença na construção de uma sociedade mais saudável.
ISTs e saúde emocional: um aspecto que não pode ser ignorado
Receber o diagnóstico de uma IST pode abalar emocionalmente a pessoa. Vergonha, medo e culpa são sentimentos comuns, mas que precisam ser enfrentados com acolhimento e apoio profissional, se necessário.
Buscar ajuda psicológica pode ser fundamental para lidar com o impacto emocional e fortalecer a autoestima, além de ajudar no engajamento com o tratamento.
Informação, prevenção e cuidado salvam vidas
As ISTs não escolhem idade, gênero ou orientação sexual. Qualquer pessoa sexualmente ativa está suscetível. Por isso, o melhor caminho é manter uma postura preventiva, buscar orientação médica regularmente e não negligenciar os sinais do corpo.
Quanto mais natural for o diálogo sobre saúde sexual, mais preparados estaremos para enfrentar os desafios e reduzir o estigma em torno dessas infecções.