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    Saúde na adolescência: cuidados essenciais para uma vida equilibrada

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    A adolescência é uma fase marcada por descobertas, transformações físicas, emocionais e sociais. É também um período de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade de consolidar hábitos saudáveis que vão acompanhar o indivíduo por toda a vida. Cuidar da saúde na adolescência não se resume apenas à ausência de doenças, mas envolve o bem-estar integral do corpo e da mente.

    Por que a adolescência exige atenção especial à saúde?

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) define adolescência como o período entre os 10 e 19 anos. É nesse intervalo que ocorrem mudanças hormonais significativas, amadurecimento do cérebro e transformações sociais que podem impactar diretamente a saúde física e emocional.

    Muitos comportamentos adquiridos na adolescência — como sedentarismo, alimentação inadequada, sono irregular e uso de substâncias — podem persistir na vida adulta, aumentando o risco de doenças crônicas no futuro. Por isso, é fundamental promover o autocuidado desde cedo e oferecer orientação adequada.

    Principais pilares da saúde do adolescente

    A saúde na adolescência deve ser compreendida de forma integral, considerando os seguintes pilares:

    1. Alimentação equilibrada

    Durante o crescimento acelerado da puberdade, o corpo necessita de mais nutrientes. Uma alimentação rica em frutas, legumes, verduras, proteínas e cereais integrais é essencial para garantir energia, fortalecer o sistema imunológico e prevenir carências nutricionais, como anemia e deficiência de cálcio.

    Por outro lado, é importante limitar o consumo de ultraprocessados, refrigerantes e alimentos com excesso de açúcar, sal e gordura, que podem contribuir para o sobrepeso e outras complicações metabólicas.

    2. Prática regular de atividades físicas

    O sedentarismo é um dos principais desafios da geração atual. O incentivo à prática de esportes ou atividades físicas regulares, como caminhada, dança, bicicleta ou natação, contribui não apenas para a saúde física, mas também para o bem-estar mental e a socialização.

    A recomendação da OMS é que adolescentes pratiquem pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa por dia.

    3. Sono de qualidade

    Com a rotina escolar intensa, uso excessivo de telas e mudanças hormonais, muitos adolescentes têm dificuldade para manter um sono reparador. Dormir bem é crucial para a memória, o aprendizado, o humor e o crescimento saudável.

    O ideal é que adolescentes durmam entre 8 e 10 horas por noite. Criar uma rotina de sono, evitar dispositivos eletrônicos antes de dormir e ter um ambiente adequado são medidas simples, mas eficazes.

    Saúde mental: um ponto de atenção

    A adolescência é também um período de intensas emoções, autoconhecimento e busca por identidade. Isso pode gerar conflitos internos, sentimentos de inadequação, ansiedade e até quadros depressivos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de 10 a 20% dos adolescentes no mundo sofrem de algum transtorno mental, sendo a depressão uma das principais causas de incapacitação entre jovens.

    Por isso, é essencial:

    • Estimular o diálogo aberto entre pais e filhos;
    • Observar sinais de isolamento, irritabilidade ou mudanças bruscas de comportamento;
    • Buscar apoio psicológico quando necessário;
    • Reduzir o estigma sobre saúde mental e promover espaços de escuta e acolhimento.

    A escola também desempenha um papel crucial nesse processo, oferecendo suporte emocional e promovendo ações de educação em saúde.

    Sexualidade e prevenção

    Falar sobre sexualidade na adolescência ainda é um tabu em muitos lares, mas é uma conversa indispensável. A orientação adequada pode prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), gravidez precoce e promover relacionamentos mais saudáveis e respeitosos.

    Além disso, é fundamental que adolescentes tenham acesso à vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) e a hepatite B, que fazem parte do calendário vacinal do SUS.

    Prevenção ao uso de substâncias

    Outro ponto de atenção é o uso precoce de álcool, tabaco e outras drogas. A experimentação costuma começar justamente nessa fase, muitas vezes por curiosidade, pressão social ou como forma de lidar com questões emocionais.

    Estratégias preventivas incluem:

    • Diálogo aberto e sem julgamentos;
    • Acompanhamento escolar e familiar;
    • Participação em atividades extracurriculares;
    • Fortalecimento da autoestima e do senso de pertencimento.

    Campanhas educativas e programas de prevenção nas escolas também são eficazes para reduzir a incidência de consumo entre adolescentes.

    Importância do acompanhamento médico

    Adolescentes também precisam de consultas regulares com profissionais de saúde. O acompanhamento com pediatra, clínico geral ou médico da família ajuda a monitorar o crescimento, identificar precocemente problemas de saúde e oferecer orientação personalizada.

    Além disso, é importante realizar exames preventivos, manter a carteira de vacinação atualizada e garantir atendimento com outros especialistas, como nutricionistas, psicólogos e ginecologistas (no caso das meninas).

    O papel da família no cuidado com a saúde dos adolescentes

    Pais e responsáveis são peças-chave no processo de formação de hábitos saudáveis. Mais do que controlar, é preciso acolher, escutar e dar exemplo. A alimentação em família, o incentivo à prática de esportes, o respeito ao espaço e à individualidade do adolescente são atitudes que fortalecem os vínculos e ajudam na construção da autonomia com responsabilidade.

    Quando há um ambiente familiar seguro e aberto ao diálogo, o adolescente tende a tomar decisões mais conscientes e buscar ajuda quando necessário.

    Cuidar da saúde dos adolescentes é um investimento no futuro. É durante essa fase que muitos comportamentos se consolidam e que o apoio adequado pode prevenir doenças, fortalecer a saúde mental e contribuir para o desenvolvimento de adultos mais saudáveis e equilibrados.

    Por isso, é fundamental que famílias, escolas e profissionais de saúde atuem em conjunto para promover o bem-estar integral dos jovens, respeitando sua individualidade e oferecendo as ferramentas necessárias para que eles possam viver com qualidade e plenitude.

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