Assine o Kivid

    Sinais de depressão e ansiedade: como identificar

    Compartilhar

    A rotina intensa, o estresse cotidiano e as pressões sociais têm contribuído para o aumento significativo de transtornos mentais como a ansiedade e a depressão. Embora distintos, esses distúrbios frequentemente coexistem e podem se manifestar silenciosamente, dificultando sua identificação precoce. Saber reconhecer os sinais de cada condição é um passo essencial para buscar ajuda e promover o bem-estar.

    Diferenças entre ansiedade e depressão

    A ansiedade e a depressão carregam sintomas distintos, embora compartilhem características emocionais e físicas. Por isso, entender as diferenças entre ambas é fundamental para iniciar o caminho do cuidado adequado.

    Enquanto a ansiedade se traduz em preocupações excessivas com eventos futuros que ainda não aconteceram, a depressão é marcada por uma tristeza profunda e contínua que afeta o presente e ultrapassa uma simples oscilação de humor. Dessa forma, o ansioso teme constantemente o que pode dar errado, já o deprimido perde a esperança de que algo poderá dar certo.

    Ansiedade: sinais físicos e psicológicos mais comuns

    Os principais sinais da ansiedade incluem uma sensação constante de alerta, mesmo sem motivo claro. Os sintomas mais recorrentes, são:

    • Medo excessivo e irracional;
    • Sensação de perigo iminente;
    • Pensamentos acelerados e obsessivos;
    • Dificuldade de concentração;
    • Tensão muscular e tremores;
    • Palpitações e falta de ar;
    • Insônia e fadiga;
    • Dor no peito ou no estômago sem causa física aparente.

    Além disso, quadros mais severos, como na síndrome do pânico, os sintomas tornam-se agudos e incapacitantes. Assim, a pessoa pode sentir como se estivesse tendo um infarto, desmaiar ou entrar em desespero sem causa aparente. Por isso, esse tipo de ansiedade precisa de acompanhamento psicológico e, muitas vezes, psiquiátrico.

    Depressão: manifestações clínicas

    Na depressão, os sintomas têm foco na perda de energia e na falta de sentido das coisas, que se arrastam por semanas ou meses, impactando várias áreas da rotina. Entre os indícios mais comuns estão:

    • Sadness persistente;
    • Sentimento de vazio ou desesperança;
    • Dificuldade para levantar da cama ou executar tarefas básicas;
    • Baixa autoestima e culpa constante;
    • Desinteresse por atividades que antes davam prazer;
    • Alterações no apetite e no sono;
    • Dores físicas recorrentes sem explicação médica;
    • Pensamentos de morte ou suicídio;

    Mesmo sem episódios extremos, os sinais emocionais e de comportamento da depressão tornam os desafios cotidianos muito mais difíceis, pois é como se o indivíduo vivesse em câmera lenta, imerso em pensamentos negativos contínuos.

    Sinais em comum entre ansiedade e depressão

    Muitas vezes, ansiedade e depressão se sobrepõem, dificultando o diagnóstico. Nesses casos, o indivíduo pode apresentar características de ambos os quadros, como:

    • Cansaço extremo;
    • Irritabilidade e alterações bruscas de humor;
    • Isolamento social;
    • Insônia crônica;
    • Incapacidade de relaxar;
    • Queda no rendimento no trabalho ou nos estudos;
    • Baixa tolerância a frustrações;
    • Sensação de incapacidade generalizada.

    Essa mistura de sintomas pode criar um ciclo vicioso, que envolve o medo excessivo da ansiedade e intensificação do sentimento de desânimo, que é típico da depressão, e vice-versa.

    Como identificar os primeiros sinais em si mesmo ou nos outros

    É possível perceber os indícios desses transtornos tanto em si próprio quanto em pessoas próximas. A atenção deve ser redobrada sempre que mudanças bruscas de comportamento ou estado emocional permanecerem por mais de duas semanas. Alguns pontos de observação importantes:

    • Observar falas pessimistas frequentes;
    • Notar afastamento de amigos, familiares ou atividades comuns;
    • Verificar mudanças de hábitos de sono, apetite e higiene pessoal;
    • Avaliar se há queixas constantes de dores físicas sem diagnóstico clínico;
    • Identificar atitudes de negligência com a própria saúde ou segurança.

    Caso você reconheça estes sinais em si mesmo ou em pessoas do seu convívio, é hora de procurar ajuda profissional.

    Quando procurar ajuda profissional

    É comum confundir tristeza passageira com depressão ou ansiedade momentânea. A diferença essencial está na intensidade, frequência e na forma como isso interfere na vida cotidiana. Por isso, é de suma importância buscar ajuda profissional, principalmente, quando os sentimentos e sintomas persistem por semanas, bem como, as emoções afetam relações pessoais ou profissionais, além de existir pensamentos suicidas ou de automutilação, sentimento de sobrecarga a ponto de não conseguir reagir sozinho e o comprometimento de funções básicas, como comer, dormir e trabalhar. 

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico dos transtornos psicológicos é clínico, ou seja, ocorre por meio de entrevistas e análises feitas por psicólogos ou psiquiatras. O médico pode usar critérios do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) para classificar o tipo, gravidade e acompanhamento necessário.

    Em alguns casos, exames físicos também são prescritos para descartar causas hormonais, metabólicas ou neurológicas. O tratamento, após o diagnóstico, pode incluir:

    • Psicoterapia cognitivo-comportamental;
    • Medicação ansiolítica e/ou antidepressiva;
    • Mudanças no estilo de vida, como atividade física e alimentação;
    • Práticas de mindfulness e técnicas de relaxamento.

    A importância da prevenção e do autocuidado

    Prevenir o desenvolvimento desses transtornos é tão importante quanto tratá-los. O autocuidado e o fortalecimento da saúde mental estão diretamente ligados às escolhas no dia a dia. Por isso,  é importante praticar exercícios físicos regularmente, buscar boas noites de sono, evitar excessos de café, álcool e outras substâncias, desenvolver hobbies e atividades prazerosas, ter uma rotina equilibrada e procurar ajuda ao primeiro sinal de sofrimento emocional.

    Dessa forma, a ansiedade e a depressão são transtornos mentais sérios e que vão muito além de sensações passageiras. Então, saber reconhecer seus sinais ajuda na intervenção precoce, evitando sofrimentos prolongados e complicações futuras. 

    Assim, ao identificar os sintomas, o mais importante é não ignorá-los, pois buscar ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza. Portanto, busque orientação profissional e comece o caminho para o bem-estar hoje.

    spot_imgspot_img