A vitamina D tem ganhado destaque nos últimos anos por seu papel vital em diversas funções do organismo, especialmente na saúde dos ossos e no fortalecimento do sistema imunológico. Mas, afinal, o que é o exame de vitamina D e quando ele deve ser feito?
Embora o corpo produza essa vitamina naturalmente por meio da exposição ao sol, muitos fatores — como rotina urbana, uso de protetores solares, alimentação pobre em nutrientes e até algumas doenças — podem interferir em sua absorção. Por isso, o exame de vitamina D é uma ferramenta importante para avaliar se os níveis no organismo estão adequados ou se há necessidade de suplementação.
O que é a vitamina D e qual sua função no organismo?
A vitamina D é um hormônio lipossolúvel que exerce diversas funções no corpo humano. Sua principal atuação está relacionada à regulação dos níveis de cálcio e fósforo no sangue, elementos fundamentais para a saúde dos ossos e dentes.
Além disso, a vitamina D tem uma forte ligação com o sistema imunológico. Estudos mostram que ela participa de mecanismos que ajudam a prevenir infecções, modular a resposta inflamatória e até reduzir o risco de doenças autoimunes, como esclerose múltipla e lúpus.
Existem duas formas principais da vitamina D:
- Vitamina D2 (ergocalciferol): obtida principalmente por meio da alimentação vegetal.
- Vitamina D3 (colecalciferol): produzida pela pele após exposição solar e também presente em alimentos de origem animal.
O que é o exame de vitamina D?
O exame de vitamina D é um teste laboratorial que mede a concentração da forma ativa dessa vitamina no sangue, geralmente chamada de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D). Esse é o principal marcador para avaliar se os níveis estão dentro do ideal.
O exame é simples, feito por meio da coleta de sangue, e não exige preparo específico. No entanto, é importante que sua solicitação parta de um profissional de saúde, que poderá interpretar os resultados com base no histórico clínico do paciente.
Quando o exame de vitamina D é indicado?
Embora nem todos precisem realizar o exame de forma rotineira, ele é especialmente recomendado em alguns casos específicos, como:
- Pessoas com osteoporose ou fraturas recorrentes;
- Idosos, especialmente acima dos 60 anos;
- Indivíduos com doenças autoimunes;
- Pacientes com doenças renais crônicas;
- Pessoas com obesidade ou que passaram por cirurgia bariátrica;
- Gestantes;
- Indivíduos com pouca exposição solar;
- Uso prolongado de certos medicamentos, como anticonvulsivantes ou corticoides.
A dosagem também pode ser solicitada como parte de um check-up de rotina, sobretudo se o paciente apresenta sintomas sugestivos de deficiência, como fadiga excessiva, dores musculares, quedas de cabelo e infecções frequentes.
Valores de referência: o que é considerado ideal?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), os valores de vitamina D no sangue são classificados da seguinte forma:
- Deficiência: abaixo de 20 ng/mL;
- Insuficiência: entre 20 e 29 ng/mL;
- Suficiência: entre 30 e 100 ng/mL;
- Toxicidade: acima de 100 ng/mL.
É importante reforçar que a suplementação só deve ser feita sob orientação médica, pois o excesso de vitamina D também pode causar danos à saúde, como náuseas, fraqueza, formação de cálculos renais e até comprometimento renal.
Impactos da vitamina D na saúde óssea
A deficiência de vitamina D compromete diretamente a absorção de cálcio pelo organismo. Isso pode levar ao enfraquecimento dos ossos, aumentando o risco de fraturas, osteopenia e osteoporose, especialmente em idosos e mulheres após a menopausa.
Em crianças, a falta de vitamina D está associada ao raquitismo, uma condição caracterizada pelo crescimento ósseo inadequado e deformidades nos ossos.
Por isso, manter os níveis adequados dessa vitamina é essencial para garantir ossos fortes ao longo da vida e evitar complicações decorrentes de sua carência.
A relação entre vitamina D e o sistema imunológico
Nos últimos anos, diversos estudos vêm apontando que a vitamina D desempenha um papel importante na regulação da resposta imunológica. Ela atua na produção de peptídeos antimicrobianos, que são fundamentais para combater vírus, bactérias e outros agentes infecciosos.
Pesquisas também mostram que níveis adequados de vitamina D estão associados a menor incidência de gripes, resfriados, infecções respiratórias e até casos mais graves de Covid-19.
Além disso, a vitamina D pode ajudar a controlar processos inflamatórios e a modular o sistema imune em pacientes com doenças autoimunes, como artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal.
Como manter bons níveis de vitamina D?
A principal fonte de vitamina D é a exposição solar. Cerca de 15 a 20 minutos de sol ao dia, preferencialmente antes das 10h da manhã ou após as 16h, com braços e pernas expostos, são suficientes para estimular a produção da vitamina pela pele.
Além disso, é possível obter vitamina D por meio da alimentação. Alguns alimentos ricos em vitamina D incluem:
- Peixes de águas profundas, como salmão, atum e sardinha;
- Gema de ovo;
- Fígado bovino;
- Cogumelos expostos ao sol;
- Leite e derivados fortificados com vitamina D.
Nos casos em que a produção natural e a alimentação não são suficientes, o médico poderá indicar a suplementação, sempre com doses controladas e acompanhamento profissional.
O exame de vitamina D como aliado da prevenção
Monitorar os níveis de vitamina D é um passo importante para a promoção da saúde e a prevenção de diversas doenças. Com um simples exame de sangue, é possível identificar deficiências e agir precocemente com mudanças no estilo de vida, alimentação e, se necessário, suplementação.
Dado o impacto direto da vitamina D na saúde óssea e na imunidade, vale a pena incluir essa avaliação como parte dos cuidados preventivos, principalmente em pessoas de grupos de risco.
Consultar um profissional de saúde é sempre o melhor caminho para entender a real necessidade do exame e garantir que seu organismo esteja recebendo o suporte necessário para funcionar bem em todas as fases da vida.