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    6 sinais de ansiedade que não devem ser ignorados em jovens

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    A adolescência é uma fase que mistura expectativas, descobertas e muitos desafios. Ao mesmo tempo em que há uma sede de viver, entender o mundo e mergulhar em novas experiências, o jovem também encontra mudanças intensas no corpo, nas relações e nas demandas da sociedade. Nesse turbilhão, a saúde mental pode ficar vulnerável, e a ansiedade frequentemente bate à porta. Segundo recomendações da OPAS, até 16% da carga de doenças dessa faixa etária está relacionada a transtornos mentais—e a ansiedade ocupa posição de destaque.

    Não é só uma fase. Sinais persistentes merecem atenção.

    O problema é que muitos desses sinais acabam passando batido. Garotos e garotas aprendem cedo a esconder o que sentem, por vergonha ou medo de julgamento. Por isso, falar sobre os principais sinais de ansiedade em jovens, sem fantasias nem tabus, faz toda a diferença. Se houver identificação com algum item da lista a seguir, vale olhar para o tema com carinho, ou buscar ajuda.

    Por que identificar cedo faz diferença?

    A ansiedade não é “frescura” nem desculpa para faltar à escola, fugir de compromissos ou parecer diferente. Ela pode atrapalhar amizades, desempenho escolar, autocuidado, além de provocar sofrimento de verdade. Os dados da OPAS ainda mostram que, se não cuidar cedo, é fácil que o quadro se torne persistente ao longo da vida adulta, impactando inclusive a saúde física. Daí, a importância de reparar nos sinais e agir o quanto antes.

    Os 6 sinais de ansiedade que você não deve ignorar

    A seguir, você vai encontrar sinais claros, outros, nem tanto, que, quando aparecem com frequência, podem indicar ansiedade em jovens. É preciso olhar cada um deles de maneira individual, mas observar também o conjunto e a intensidade. Se as reações fogem do padrão do jovem ou mudam de repente, atenção redobrada.

    1. Preocupação frequente e excessiva

    Isso até soa como clichê: todo adolescente pensa demais. Mas há diferença entre preocupação normal e a ansiedade constante. Se o jovem parece estar sempre esperando que algo ruim aconteça, antecipando problemas ou demonstrando medo intenso de fracassar, pode ser mais que mero nervosismo.

    • Previsão constante de “catástrofes” (mesmo sem motivo)
    • Dificuldade para desligar dos pensamentos negativos
    • Inquietação ou sensação de estar sempre “no limite”

    Esse padrão pode afetar o sono, o apetite e até o desenvolvimento na escola. Às vezes, um simples exame ou trabalho pode desencadear semanas de sofrimento antecipado.

    2. Alterações no sono

    Problemas para dormir, ou acordar várias vezes durante a noite, são comuns em fases de ansiedade. O jovem pode relatar dificuldade para pegar no sono, pesadelos frequentes ou sensação de cansaço ao acordar.

    O sono vira campo de batalha quando a cabeça não consegue desligar.

    Fique atento se a insônia começa a se repetir. Isso afeta não só a disposição, mas também o humor, a memória e aumenta o risco de outros transtornos, como mostra este conteúdo sobre saúde mental nas escolas.

    3. Sintomas físicos sem causa aparente

    Muita gente não sabe, mas a ansiedade pode morar no corpo. Coração acelerado, falta de ar, dor de estômago, tontura, suor excessivo, tremores e até diarreia aparecem mesmo quando não existe nenhuma doença física para justificar.

    • Irritação ou sensação de formigamento nas mãos
    • Dores de cabeça frequentes
    • Enjoo e mal-estar antes de provas, apresentações ou eventos sociais

    Se esses sintomas surgem principalmente em situações de tensão, há grande chance de estarem ligados à ansiedade.

    Jovem sentado na cama, mãos no rosto, expressão cansada 4. Evitar situações sociais ou escolares

    Isolamento não é só “fase de rebeldia”. A vontade súbita de faltar à escola, evitar reuniões em família, festas ou grupos pode ser um sinal de ansiedade social.

    A evasão dessas situações não é apenas por preferência, mas porque elas causam verdadeiro desconforto, medo de julgamento ou vergonha.

    Quando o medo fala mais alto, o jovem prefere se esconder.

    É comum também apresentar baixa autoestima, como apontado neste artigo sobre ansiedade social do Passaporte de Saúde.

    5. Irritabilidade e mudanças bruscas de humor

    Mudanças de humor acontecem na adolescência. Porém, irritabilidade frequente, explosões de raiva ou episódios de choro fácil podem indicar que algo além dos hormônios está incomodando.

    • Respostas agressivas sem motivo claro
    • Dificuldade exacerbada de lidar com frustrações
    • Oscilações intensas entre tristeza, apatia e raiva

    Se familiares e amigos notam que a personalidade mudou drasticamente em pouco tempo, há razão para investigar.

    6. Dificuldade de concentração e queda no rendimento

    Quando a mente está acelerada pela ansiedade, fixar a atenção em tarefas simples se torna um desafio. O jovem esquece compromissos, perde prazos, se distrai facilmente nas aulas e até atividades rotineiras parecem exigir muito esforço.

    Estudante olhando para fora da sala de aula, distraído, colegas ao fundo atentos Essa dificuldade constante pode prejudicar notas, projetos e autoconfiança. Em alguns casos, pais e professores confundem com falta de interesse ou preguiça, deixando de perceber o sofrimento real.

    Estratégias simples podem ajudar

    Para além da observação, é possível adotar algumas práticas diárias que ajudam a enfrentar a ansiedade. Técnicas de respiração, atividade física regular, boa alimentação e um tempo de qualidade longe de telas já fazem diferença, como você pode aprender neste conteúdo sobre técnicas de respiração. Porém, não existe solução mágica e cada experiência é única.

    Em casos mais persistentes ou intensos, buscar orientação de profissionais capacitados é o melhor caminho. Psicólogos, médicos e outros especialistas da rede do Passaporte de Saúde podem fazer parte desse suporte, tornando o cuidado prático, acessível e integrado.

    Como ajudar um jovem ansioso?

    O mais difícil, muitas vezes, é a comunicação. Jovens podem hesitar em falar sobre seus sentimentos por medo de críticas ou de não serem levados a sério. O primeiro passo é acolher sem julgamento e mostrar que existe um espaço seguro de escuta.

    • Respeite o tempo do jovem
    • Não minimize os sentimentos (“isso é bobagem” machuca)
    • Busque diálogo aberto, sem imposição
    • Ofereça opções de ajuda profissional sem pressionar

    Se houver qualquer suspeita de sofrimento intenso, isolamento extremo ou ideias autodepreciativas, não hesite em procurar orientação especializada. É possível encontrar informações claras e caminhos de identificação de sintomas em artigos específicos sobre sinais de ansiedade e depressão do Kivid Saúde.

    Cuidar agora é investir em um futuro mais leve.

    Conclusão

    Reconhecer a ansiedade em jovens não é sempre fácil, mas ficar atento aos sinais pode mudar completamente a jornada deles. Preocupação exagerada, corpo manifestando sintomas sem doença física, isolamento, sono ruim, irritabilidade e dificuldade de concentração não são só parte da “turma do fundão” ou de quem não se encaixa, são pedidos de ajuda.

    O Kivid Saúde acredita que a saúde mental merece visibilidade e ação desde cedo. Se você quer cuidar de verdade, sem enrolação, busque apoio de quem entende. Conheça a plataforma, converse com especialistas e descubra como fortalecer o cuidado preventivo na rotina dos jovens. Pequenas atitudes fazem diferença, inclusive na vida de quem você ama.

    Perguntas frequentes sobre ansiedade em jovens

    O que é ansiedade em jovens?

    Ansiedade em jovens é uma resposta intensa e persistente ao estresse, dúvidas ou desafios do dia a dia, que vai além de um nervosismo normal. Ela pode provocar sintomas físicos e emocionais, dificultando o bem-estar e a qualidade de vida do adolescente ou jovem adulto. Trata-se de algo que merece atenção, já que pode afetar o desempenho escolar, relacionamentos e autoestima.

    Quais são os principais sinais de ansiedade?

    Os principais sinais incluem preocupação excessiva e constante, alterações no sono (insônia ou sono agitado), sintomas físicos como dor no estômago ou cabeça, evitação de situações sociais ou escolares, irritabilidade, mudanças bruscas de humor e dificuldade de concentração. Sempre que esses sintomas aparecem de forma repetida, é bom observar com cuidado e procurar ajuda se necessário.

    Como diferenciar ansiedade de nervosismo comum?

    Enquanto o nervosismo comum costuma ser passageiro, relacionado a situações específicas (como uma prova ou apresentação), a ansiedade é mais persistente e interfere no dia a dia do jovem. Quando há prejuízo no sono, no rendimento escolar e nos relacionamentos por conta de preocupações ou sintomas físicos constantes, é um sinal de alerta. Fique atento ao grau de sofrimento e ao quanto a rotina está sendo prejudicada. Se ainda houver dúvida, buscar orientação de um profissional é sempre indicado.

    Quando buscar ajuda profissional para ansiedade?

    O ideal é buscar um profissional quando os sintomas são frequentes, intensos e trazem prejuízo significativo para a rotina do jovem. Se há afastamento social, queda nas notas, mudanças intensas de comportamento ou sofrimento diário, não hesite em procurar psicólogo, médico ou outro especialista em saúde mental. Quanto mais cedo for iniciado o cuidado, maiores as chances de melhorar a qualidade de vida.

    A ansiedade em jovens tem tratamento?

    Sim, tem tratamento e os resultados costumam ser muito bons quando o jovem recebe o suporte correto. O tratamento pode envolver psicoterapia, mudanças de hábitos, apoio familiar e, em alguns casos, uso de medicamentos. Intervenções escolares, comunitárias e acompanhamento próximo também ajudam bastante, conforme orientações presentes em artigos da OPAS. O principal é não deixar de buscar ajuda e manter a esperança de melhora.

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