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    Camisinha é proteção: quais DSTs podem ser evitadas com o uso do preservativo?

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    O uso do preservativo ainda é a forma mais eficaz de se proteger contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), conhecidas popularmente como DSTs. Apesar da ampla divulgação e da distribuição gratuita de camisinhas pelo SUS, muitas pessoas ainda subestimam os riscos de manter relações sexuais desprotegidas.

    Segundo o Ministério da Saúde, a camisinha é um método simples, acessível e extremamente eficiente para reduzir a transmissão de vírus, bactérias e outros microrganismos que circulam por contato sexual. Mas, afinal, quais doenças sexualmente transmissíveis podem ser evitadas com seu uso?

    O que são as ISTs e por que representam um risco à saúde pública?

    As Infecções Sexualmente Transmissíveis são doenças transmitidas principalmente por meio do contato sexual desprotegido — vaginal, anal ou oral — com uma pessoa infectada. Elas podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos ou protozoários e, em muitos casos, não apresentam sintomas nos estágios iniciais.

    Esse fator silencioso contribui para que o diagnóstico e o tratamento sejam adiados, o que pode gerar complicações sérias, como infertilidade, câncer, danos neurológicos, comprometimento do sistema imunológico e até risco de morte.

    As ISTs também aumentam a vulnerabilidade ao HIV, já que lesões na mucosa genital podem facilitar a entrada do vírus no organismo. Por isso, o uso do preservativo em todas as relações sexuais é fortemente recomendado pelos órgãos de saúde.

    HIV: a camisinha como principal aliada na prevenção

    O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o causador da AIDS, uma condição que enfraquece progressivamente o sistema imunológico e deixa o corpo mais vulnerável a infecções e doenças oportunistas.

    A transmissão do HIV ocorre, principalmente, pelo contato com fluidos corporais como sangue, sêmen e secreção vaginal. O preservativo, quando utilizado corretamente, impede o contato entre esses fluidos, sendo o método mais seguro para evitar a contaminação.

    Além disso, o uso contínuo da camisinha contribui para reduzir a cadeia de transmissão, protegendo não apenas o indivíduo, mas também a população como um todo.

    Clamídia e gonorreia: infecções silenciosas, mas perigosas

    A clamídia e a gonorreia são ISTs bacterianas que, muitas vezes, não apresentam sintomas nos estágios iniciais. Quando se manifestam, os sinais podem incluir dor ao urinar, corrimento anormal e dor pélvica — especialmente nas mulheres.

    Sem tratamento, essas infecções podem evoluir para doença inflamatória pélvica, infertilidade e infecções generalizadas. Em homens, há risco de epididimite e prostatite.

    O uso de preservativo é altamente eficaz na prevenção dessas bactérias, já que elas são transmitidas por contato direto com secreções infectadas durante a relação sexual.

    Sífilis: uma ameaça que voltou a crescer

    Apesar de ser uma doença antiga e tratável, a sífilis voltou a crescer no Brasil e preocupa autoridades de saúde. Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis apresenta estágios distintos e pode evoluir para formas graves, com danos ao coração, cérebro e sistema nervoso.

    A transmissão acontece durante o sexo desprotegido e também da mãe para o bebê na gestação — a chamada sífilis congênita. O preservativo é um dos meios mais eficazes de evitar a contaminação, já que impede o contato com feridas ou lesões infecciosas, muitas vezes não visíveis a olho nu.

    Herpes genital: o vírus que não tem cura, mas pode ser controlado

    O herpes genital é causado pelo vírus herpes simples (HSV) e provoca lesões dolorosas na região genital, anal ou oral. Mesmo quando as lesões não estão visíveis, o vírus pode ser transmitido.

    Embora a camisinha não elimine totalmente o risco — já que o vírus pode estar presente em áreas da pele não cobertas pelo preservativo — seu uso regular reduz significativamente as chances de contágio.

    Além disso, o preservativo é uma barreira importante para evitar a coinfecção com outras ISTs, o que pode agravar o quadro clínico da pessoa infectada.

    HPV: a camisinha reduz o risco, mas não garante proteção total

    O papilomavírus humano (HPV) é um dos vírus mais comuns entre as ISTs e está diretamente relacionado ao desenvolvimento de câncer de colo de útero, ânus, pênis, boca e garganta.

    A transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosas infectadas, mesmo sem penetração. Assim como no caso do herpes, a camisinha não garante 100% de proteção, mas ainda assim reduz bastante a chance de contaminação.

    Vacinar-se contra o HPV e manter o uso do preservativo em todas as relações são estratégias complementares e essenciais para a prevenção.

    Hepatites virais B e C: sim, também podem ser ISTs

    Embora muitas pessoas não saibam, as hepatites B e C também podem ser transmitidas sexualmente, especialmente quando há troca de fluidos contaminados durante o sexo desprotegido.

    A hepatite B, em especial, tem transmissão sexual bastante comum e pode ser evitada com o uso do preservativo. Já a hepatite C, embora menos frequentemente transmitida por via sexual, ainda representa um risco.

    Ambas as doenças afetam o fígado e, se não tratadas, podem evoluir para cirrose ou câncer hepático. Por isso, além da camisinha, é fundamental manter a vacinação em dia — principalmente contra a hepatite B.

    Por que ainda há resistência ao uso da camisinha?

    Apesar de ser um recurso amplamente acessível e gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), muitas pessoas ainda resistem ao uso do preservativo. Entre os principais motivos estão mitos sobre perda de prazer, constrangimento em negociar o uso com o parceiro e falta de informação sobre os riscos das ISTs.

    Campanhas de conscientização e educação sexual são essenciais para combater essas barreiras. Levar informação de qualidade para adolescentes, jovens e adultos é uma das formas mais eficazes de promover a saúde sexual e prevenir doenças que, em muitos casos, podem ser evitadas com uma simples atitude: usar camisinha.

    Preservativo é cuidado com você e com o outro

    Usar camisinha é mais do que uma forma de evitar doenças — é um ato de responsabilidade consigo mesmo e com os(as) parceiros(as). Seja nas relações estáveis ou casuais, a prevenção deve ser prioridade.

    Além de evitar o contágio por diversas ISTs, o preservativo também protege contra uma gravidez não planejada, reforçando seu papel como ferramenta completa de saúde reprodutiva.

    Por isso, leve sempre com você, use corretamente e converse abertamente com seus parceiros sobre a importância da proteção. Saúde sexual é sinônimo de qualidade de vida.

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