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    Criança sedentária? Veja como estimular a prática de atividades físicas desde cedo

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    O sedentarismo na infância é um problema crescente e preocupante. Com o avanço da tecnologia e a popularização dos dispositivos eletrônicos, muitas crianças têm trocado a corrida no quintal pelas horas em frente à tela. Essa mudança de comportamento, se não for acompanhada de estímulos para a prática de atividades físicas, pode comprometer o desenvolvimento físico, emocional e social dos pequenos.

    Segundo especialistas em saúde infantil, o ideal é que crianças a partir dos 5 anos pratiquem ao menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa. E esse tempo não precisa, necessariamente, ser investido em esportes formais. O brincar, quando ativo, também conta — e muito.

    Sedentarismo infantil: um problema que vai além do peso

    Ao pensar em sedentarismo, muitas pessoas associam diretamente à obesidade. De fato, o ganho de peso é um dos efeitos mais visíveis da falta de movimentação, mas o impacto do sedentarismo infantil vai muito além da balança.

    A ausência de atividades físicas regulares pode prejudicar o desenvolvimento motor, aumentar o risco de doenças cardiovasculares na vida adulta, contribuir para distúrbios do sono, e até favorecer quadros de ansiedade e depressão infantil. O corpo precisa se movimentar para crescer de forma saudável, e o cérebro também se beneficia disso.

    Além disso, crianças sedentárias tendem a ter menor disposição para atividades escolares e dificuldades de socialização. Ou seja, o sedentarismo compromete o bem-estar geral da criança.

    Por que as crianças estão se movimentando menos?

    Diversos fatores contribuem para o aumento do sedentarismo na infância. O primeiro deles é a mudança no estilo de vida das famílias modernas. Com rotinas mais corridas, pais e responsáveis nem sempre conseguem priorizar a atividade física, seja por falta de tempo ou por não ter onde levar os filhos para brincar com segurança.

    Além disso, o ambiente urbano muitas vezes não favorece a movimentação espontânea. Falta de espaços públicos adequados, violência, excesso de trânsito e ausência de áreas verdes são barreiras reais à prática de exercícios ao ar livre.

    A isso tudo soma-se o apelo das telas: celulares, tablets, videogames e televisão acabam ocupando o tempo livre das crianças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de telas deve ser limitado a, no máximo, 1 hora por dia para crianças entre 2 e 5 anos — e com supervisão.

    A importância do brincar: movimento com diversão

    Brincar é mais do que uma forma de entretenimento. Para a criança, o brincar é uma maneira natural de aprender, socializar e desenvolver habilidades motoras e cognitivas. Pular, correr, dançar, jogar bola ou amarelinha são atividades que, além de divertidas, ajudam no desenvolvimento integral.

    É importante que os pais entendam que estimular o movimento não precisa envolver altos investimentos ou academias infantis. Atividades simples e acessíveis podem ser muito eficazes. Brincadeiras em casa, passeios no parque, jogos que envolvem movimento e até pequenas tarefas domésticas já contribuem positivamente.

    Como inserir a atividade física na rotina infantil: 8 dicas práticas

    Se você quer evitar que seu filho caia na rotina sedentária, algumas estratégias simples podem fazer toda a diferença. Confira:

    1. Seja o exemplo

    Crianças aprendem pelo exemplo. Se veem os pais sendo ativos, praticando caminhada, dança ou algum esporte, é mais provável que queiram fazer o mesmo. Movimentar-se em família torna tudo mais divertido e reforça os vínculos afetivos.

    2. Estabeleça horários para o uso de telas

    Crie regras claras para o tempo de uso de celulares, tablets e televisão. Prefira que esse tempo não coincida com os momentos destinados à prática de atividade física. Essa organização ajuda a criança a entender que o movimento também faz parte do dia.

    3. Priorize atividades ao ar livre

    Sempre que possível, incentive brincadeiras ao ar livre. Praças, parques e áreas verdes são ótimos cenários para que a criança explore o ambiente e se movimente de maneira espontânea.

    4. Inscreva em esportes ou atividades físicas organizadas

    Se a criança demonstrar interesse, considere matriculá-la em aulas de dança, natação, judô, futebol ou outra atividade de sua preferência. Além dos benefícios físicos, essas práticas favorecem o senso de disciplina e a convivência social.

    5. Transforme o tempo livre em movimento

    Ao invés de ficar no sofá nos fins de semana, que tal um passeio de bicicleta, uma caminhada em trilhas leves ou um dia de jogos em casa que envolvam movimento? São formas simples de se divertir e manter a criança ativa.

    6. Brinque junto

    Criança gosta de atenção. Quando os pais participam das brincadeiras, elas se sentem mais motivadas. Jogos de pega-pega, esconde-esconde ou circuitos improvisados em casa são excelentes alternativas.

    7. Crie desafios lúdicos

    Transforme a atividade física em um jogo com metas e recompensas simbólicas. Por exemplo: “vamos ver quem pula mais vezes a corda” ou “quem consegue equilibrar mais tempo numa perna só?”. Isso estimula o engajamento.

    8. Adapte à faixa etária

    Respeitar os limites e interesses da criança é fundamental. Atividades para crianças de 3 anos são diferentes das propostas para quem tem 8 ou 10. O importante é que o movimento esteja presente, de forma segura e divertida.

    A escola também tem papel fundamental

    A instituição de ensino pode (e deve) ser uma aliada na luta contra o sedentarismo infantil. Aulas de educação física bem estruturadas, intervalos ativos e incentivo ao brincar no pátio são estratégias que fazem diferença. Pais e professores devem atuar em parceria para garantir que a criança tenha uma rotina equilibrada e saudável.

    Além disso, escolas que valorizam o movimento ajudam a reduzir os impactos de um ambiente doméstico mais restritivo, oferecendo oportunidades de socialização e desenvolvimento motor.

    Quando procurar ajuda profissional?

    Se a criança apresenta cansaço excessivo, desinteresse por atividades físicas, alterações no peso ou sinais de ansiedade, pode ser o momento de buscar orientação médica. Um pediatra ou profissional de educação física pode ajudar a identificar necessidades específicas e propor um plano de ação adequado.

    Também é possível contar com o suporte de psicólogos infantis caso a resistência à atividade física esteja associada a questões emocionais, como insegurança ou baixa autoestima.

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