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    Cuidar de quem tem asma: como preparar a casa em dias úmidos e evitar crises

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    Nos dias úmidos, quem convive com a asma precisa redobrar os cuidados — e isso começa dentro de casa. A umidade favorece o surgimento de mofo, ácaros e bactérias, inimigos diretos da saúde respiratória. Por isso, manter os ambientes limpos, ventilados e adaptados pode fazer toda a diferença para quem convive com a doença.

    A asma é uma condição respiratória crônica que afeta milhões de brasileiros e exige atenção constante, especialmente quando o clima contribui para piorar os sintomas. 

    Por que a umidade agrava a asma?

    A umidade relativa do ar acima de 60% já cria condições ideais para o desenvolvimento de fungos, mofos e ácaros. Esses elementos são considerados alérgenos e podem desencadear ou agravar sintomas como falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito em pessoas asmáticas.

    Além disso, o ar úmido dificulta a evaporação natural da água das vias aéreas, deixando as mucosas mais sensíveis e propensas à inflamação. Para quem já vive com asma, esse cenário aumenta significativamente o risco de crises e da necessidade de uso de medicamentos de resgate.

    Limpeza frequente e correta: um dos pilares do controle

    A rotina de limpeza é essencial para manter a casa livre de agentes que desencadeiam crises de asma. No entanto, alguns cuidados são importantes para evitar o efeito contrário:

    • Evite vassouras e espanadores, que levantam poeira. Prefira panos úmidos e aspiradores com filtro HEPA.
    • Não use produtos com cheiro forte, como água sanitária, amoníaco e desinfetantes perfumados. Eles irritam as vias respiratórias. Opte por produtos neutros ou específicos para alérgicos.
    • Lave roupas de cama semanalmente, de preferência em água quente, para eliminar ácaros.
    • Mantenha colchões e travesseiros protegidos com capas antiácaros.

    A frequência da limpeza também deve ser maior em dias úmidos. Superfícies que acumulam mofo, como cantos de parede e janelas, precisam de atenção especial.

    Controle da umidade com desumidificadores e ventilação natural

    Desumidificadores são grandes aliados no combate à umidade dentro de casa. Eles ajudam a manter a umidade relativa do ar em níveis ideais (entre 40% e 60%), impedindo o surgimento de mofo e a proliferação de ácaros.

    Além disso, sempre que possível, deixe portas e janelas abertas para garantir a ventilação cruzada. Em dias muito chuvosos ou frios, mantenha o ambiente ventilado por ao menos algumas horas, com ajuda de ventiladores ou exaustores.

    Evite também o acúmulo de roupas molhadas dentro de casa — pendurar peças úmidas em ambientes fechados aumenta drasticamente a umidade do ar.

    Tecidos e objetos que devem ser evitados

    Certos materiais retêm mais umidade e favorecem o acúmulo de ácaros e fungos. Por isso, o ideal é minimizar o uso de:

    • Tapetes e carpetes, principalmente nos quartos.
    • Cortinas de tecido pesado, como veludo. Prefira persianas ou cortinas de tecidos laváveis e leves.
    • Bichos de pelúcia, que devem ser evitados ou lavados semanalmente.
    • Estofados com tecidos que absorvem muita poeira e umidade.

    Se não for possível eliminar todos esses itens, uma solução é higienizá-los com frequência e deixá-los expostos ao sol sempre que possível.

    Ambientes mais sensíveis: atenção aos quartos

    Os quartos merecem atenção especial, já que é onde passamos várias horas durante o sono. Para quem tem asma, o quarto precisa ser um local seguro e com a menor quantidade possível de alérgenos. Aqui vão algumas dicas práticas:

    • Use roupas de cama antialérgicas e laváveis.
    • Evite guardar objetos embaixo da cama, onde a limpeza é mais difícil.
    • Mantenha armários organizados e sem umidade.
    • Coloque sachês antimofo e use bolinhas de sílica ou carvão ativado em gavetas.

    O uso de um higrômetro (medidor de umidade do ar) também pode ajudar a monitorar se o ambiente está adequado.

    Cuidados com o banheiro e a cozinha

    Banheiros e cozinhas são naturalmente úmidos e precisam de ventilação eficiente. Use exaustores, mantenha portas abertas e, se possível, abra as janelas após o banho ou ao cozinhar.

    Evite deixar panos de prato molhados ou toalhas úmidas penduradas por longos períodos. E lembre-se de limpar frequentemente os rejuntes e cantos de azulejos, onde o mofo pode se acumular.

    Animais de estimação: sim, é possível conviver com cuidado

    Animais domésticos podem ser um desafio para quem tem asma, principalmente por causa dos pelos e da caspa. Se você tem um pet em casa:

    • Evite que ele durma na cama ou no quarto da pessoa asmática.
    • Higienize frequentemente os locais onde ele costuma ficar.
    • Dê banhos regulares e escove os pelos fora de casa.

    Com essas medidas, é possível manter o convívio com os bichinhos de forma segura para todos.

    Monitoramento da saúde e apoio médico contínuo

    Além dos cuidados com o ambiente, é fundamental que pessoas com asma sigam o plano de tratamento prescrito pelo médico, façam uso correto dos medicamentos e tenham acompanhamento regular com um pneumologista.

    O uso de aparelhos como nebulizadores e medidores de pico de fluxo expiratório também pode ser indicado para o controle da doença. Em períodos de maior umidade, é comum o aumento das crises — por isso, ajustes no tratamento podem ser necessários.

    O papel da família e da conscientização

    Cuidar de quem tem asma vai além das adaptações físicas da casa. A atenção da família, o respeito às limitações da pessoa asmática e a criação de uma rotina de cuidados são fundamentais para evitar emergências.

    Conversar abertamente sobre a doença, envolver todos nas medidas preventivas e buscar apoio profissional sempre que necessário ajudam a construir um ambiente acolhedor e seguro.

    Um lar preparado é um lar que respira saúde

    A prevenção ainda é a melhor estratégia no cuidado com a asma. Preparar os ambientes da casa nos dias úmidos é uma forma eficaz de reduzir o risco de crises, melhorar a qualidade de vida e garantir o bem-estar de quem convive com essa condição crônica.

    Com medidas simples — como controle da umidade, limpeza adequada e atenção aos materiais presentes nos ambientes — é possível transformar o lar em um espaço mais saudável e seguro para todos.

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