Nos últimos anos, temos vivenciado ondas de calor cada vez mais intensas em diversas regiões do Brasil. As altas temperaturas, além de provocar desconforto, representam um sério risco para a saúde da população, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Mas você sabia que o calor em excesso pode afetar o funcionamento do seu corpo de várias maneiras?
Como o calor excessivo afeta o corpo humano?
O organismo humano precisa manter sua temperatura interna em torno de 36,5 °C para funcionar adequadamente. Quando a temperatura ambiente está muito alta, o corpo precisa trabalhar mais para se resfriar, principalmente por meio do suor. No entanto, quando esse mecanismo de autorregulação falha ou é insuficiente, o risco de complicações aumenta.
Entre os efeitos mais comuns do calor extremo estão:
- Desidratação: o corpo perde mais líquidos do que o normal, o que pode afetar o funcionamento dos órgãos.
- Exaustão térmica: caracterizada por fraqueza, dor de cabeça, tontura, náusea e suor excessivo.
- Intermação (ou insolação): condição grave que ocorre quando a temperatura corporal ultrapassa os 40 °C, podendo causar confusão mental, convulsões e até morte.
- Problemas cardiovasculares: o calor sobrecarrega o sistema circulatório, aumentando o risco de pressão baixa, arritmias e até infarto.
Grupos de risco: quem deve redobrar a atenção nos dias quentes
Embora todos possam ser afetados pelas altas temperaturas, alguns grupos devem adotar cuidados redobrados:
- Idosos: com o envelhecimento, o corpo perde a capacidade de perceber a sede e de regular a temperatura com eficiência.
- Crianças pequenas: ainda em desenvolvimento, seu sistema de termorregulação é mais sensível.
- Gestantes: podem apresentar maior retenção de líquidos e alterações no sistema circulatório.
- Pessoas com doenças crônicas: especialmente cardíacas, renais, respiratórias ou diabetes.
- Trabalhadores ao ar livre: como pedreiros, agricultores e garis, que ficam expostos ao sol por longos períodos.
Sinais de alerta: fique atento aos sintomas do calor extremo
Identificar os primeiros sinais de que o calor está fazendo mal ao corpo é essencial para evitar complicações. Alguns sintomas que indicam que algo não vai bem incluem:
- Sede intensa e boca seca
- Fraqueza e fadiga incomum
- Tontura ou sensação de desmaio
- Pele quente e avermelhada, com ou sem suor
- Confusão mental ou comportamento estranho
- Náuseas, vômitos e diarreia
- Batimentos cardíacos acelerados
Caso esses sintomas se manifestem, é importante interromper a exposição ao calor, procurar um ambiente fresco, ingerir água e buscar atendimento médico, se necessário.
Calor e agravamento de doenças: o que diz a ciência
Diversos estudos demonstram que o aumento da temperatura global está diretamente relacionado ao crescimento de problemas de saúde pública. As altas temperaturas podem:
- Aumentar o risco de infecções respiratórias, como sinusites e crises de asma, em razão da baixa umidade do ar.
- Agravar doenças cardiovasculares, especialmente em idosos.
- Contribuir para surtos de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya.
- Impactar a saúde mental, favorecendo quadros de ansiedade, irritabilidade e insônia.
Além disso, ambientes muito quentes e mal ventilados podem prejudicar o sono e o rendimento físico e mental das pessoas.
Dicas para se proteger do calor excessivo
A boa notícia é que algumas medidas simples podem ajudar — e muito — a prevenir os efeitos nocivos do calor extremo no dia a dia. Confira as principais recomendações:
1. Hidrate-se constantemente
Beba água ao longo do dia, mesmo sem sentir sede. A recomendação é consumir pelo menos 2 litros por dia, ajustando conforme o clima e a atividade física.
2. Use roupas leves e confortáveis
Prefira tecidos claros e naturais, como algodão e linho, que facilitam a transpiração e ajudam o corpo a manter a temperatura equilibrada.
3. Evite exposição ao sol nos horários críticos
Entre 10h e 16h, a radiação solar é mais intensa. Se precisar sair nesse período, use chapéu, óculos escuros e protetor solar.
4. Diminua o esforço físico
Atividades intensas devem ser evitadas nos horários de maior calor. Se precisar praticar exercícios, opte pelo início da manhã ou o fim da tarde.
5. Mantenha os ambientes arejados
Abra janelas, use ventiladores e evite o uso excessivo de eletrodomésticos que esquentam o ambiente, como fornos e secadores.
6. Cuide da alimentação
Prefira alimentos leves e ricos em água, como frutas, saladas e sucos naturais. Evite comidas pesadas e industrializadas.
Calor intenso: uma preocupação de saúde pública
Com as mudanças climáticas e o aumento da frequência de ondas de calor, os cuidados com a saúde em dias quentes devem se tornar parte da rotina de toda a população. Governos e instituições de saúde já consideram o calor extremo uma questão de saúde pública, que exige estratégias preventivas e ações de conscientização.
É fundamental que as pessoas saibam identificar os sinais de alerta e tomem atitudes rápidas para evitar complicações. Além disso, é importante estar atento aos mais vulneráveis e oferecer suporte quando necessário.
O calor em excesso é mais do que um simples incômodo: ele pode afetar seriamente a saúde e a qualidade de vida. Por isso, é fundamental adotar hábitos de prevenção, manter-se bem hidratado, evitar o sol nos horários de pico e ficar atento aos sinais que o corpo dá.
Com informação e cuidados básicos, é possível enfrentar os dias quentes com mais segurança e bem-estar.