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    Enxaqueca ou dor de cabeça? Aprenda a identificar e tratar corretamente cada uma

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    Quem nunca sentiu uma dor de cabeça incômoda ao longo do dia? Apesar de comum, esse sintoma pode esconder algo mais sério: a enxaqueca, um tipo específico de cefaleia que exige atenção diferenciada. Muitas pessoas confundem as duas condições, mas elas apresentam causas, intensidades e tratamentos distintos. Saber identificar essas diferenças é fundamental para buscar o alívio correto e prevenir crises mais intensas.

    Dor de cabeça: o que é e por que acontece?

    A dor de cabeça, também chamada de cefaleia, é um sintoma que pode ter diferentes origens. Ela pode surgir por causas simples, como estresse, cansaço, noites mal dormidas, desidratação ou até fome. Estima-se que mais de 90% da população mundial tenha algum episódio de dor de cabeça ao longo da vida.

    Ela costuma ser uma dor leve a moderada, que atinge os dois lados da cabeça ou a parte superior. Em geral, não é pulsátil e não vem acompanhada de outros sintomas. A maioria das cefaleias tensionais desaparece espontaneamente com repouso, hidratação ou o uso de analgésicos comuns.

    Enxaqueca: quando a dor é um sinal de alerta

    Já a enxaqueca é uma condição neurológica crônica, caracterizada por crises de dor intensa e recorrente. A dor costuma ser pulsátil, de forte intensidade e localizada em um dos lados da cabeça, podendo durar de 4 a 72 horas. Em muitos casos, ela vem acompanhada de náusea, vômito, sensibilidade à luz (fotofobia), aos sons (fonofobia) e até a cheiros.

    Algumas pessoas ainda apresentam a chamada “aura”, sintomas visuais ou sensoriais que precedem a crise, como flashes de luz, visão embaçada ou formigamentos.

    Estima-se que cerca de 15% da população brasileira sofra de enxaqueca, sendo mais frequente em mulheres entre 20 e 50 anos, devido à influência hormonal.

    Diferenças principais entre enxaqueca e dor de cabeça comum

    CaracterísticaDor de cabeça comumEnxaqueca
    IntensidadeLeve a moderadaModerada a intensa
    LocalizaçãoAmbos os lados da cabeçaGeralmente um lado só
    Tipo de dorPressão, apertoPulsátil, latejante
    DuraçãoMinutos a poucas horas4 a 72 horas
    Sintomas associadosGeralmente ausentesNáuseas, vômitos, aura, sensibilidade à luz e som
    FrequênciaEpisódicaCrônica e recorrente
    Interferência na rotinaRaramenteFrequentemente

    Quais são os gatilhos mais comuns da enxaqueca?

    A enxaqueca é multifatorial. Isso significa que vários elementos podem desencadear uma crise, principalmente em pessoas predispostas. Os gatilhos mais relatados são:

    • Estresse emocional
    • Falta ou excesso de sono
    • Jejum prolongado
    • Consumo de alimentos como chocolate, queijos curados e embutidos
    • Ingestão de álcool, especialmente vinho tinto
    • Alterações hormonais (menstruação, ovulação, uso de anticoncepcionais)
    • Luz intensa, barulho ou cheiros fortes
    • Mudanças climáticas ou variações bruscas de temperatura

    Identificar os fatores desencadeantes é essencial para prevenir as crises e ter melhor controle da condição.

    Diagnóstico correto: quando procurar um médico?

    Nem toda dor de cabeça é motivo para alarme. Porém, alguns sinais indicam a necessidade de avaliação médica, especialmente se:

    • As dores forem frequentes ou muito intensas
    • Interferirem nas atividades do dia a dia
    • Aparecerem de forma repentina e intensa (“a pior dor da vida”)
    • Estiverem associadas a sintomas neurológicos, como visão dupla, formigamento ou fala arrastada

    Nesses casos, o clínico geral ou neurologista pode solicitar exames e indicar o tratamento adequado.

    Tratamentos disponíveis: como lidar com cada tipo de dor

    Para a dor de cabeça comum, os cuidados são simples: repouso, hidratação, alimentação leve e, em alguns casos, uso de analgésicos de venda livre, como dipirona ou paracetamol.

    Já a enxaqueca exige uma abordagem mais específica, dividida em dois pilares:

    1. Tratamento das crises

    Inclui medicamentos para aliviar a dor durante a crise, como:

    • Analgésicos mais potentes
    • Antiinflamatórios
    • Triptanos (classe específica para enxaqueca)

    Esses remédios devem ser usados com moderação e apenas sob orientação médica, para evitar o “efeito rebote” (aumento da frequência das dores por uso excessivo).

    2. Tratamento preventivo

    Indicado para quem tem crises frequentes (mais de 4 por mês) ou muito incapacitantes. Pode envolver:

    • Medicamentos diários para reduzir a frequência das crises (antidepressivos, anticonvulsivantes, betabloqueadores)
    • Suplementos vitamínicos
    • Mudanças no estilo de vida

    O papel das emoções na dor

    Fatores emocionais desempenham um papel importante tanto nas cefaleias tensionais quanto nas crises de enxaqueca. O estresse, a ansiedade e até a depressão podem contribuir para o surgimento ou agravamento das dores. Técnicas de gerenciamento emocional, como meditação, yoga, psicoterapia e prática regular de atividades físicas, são excelentes aliados na prevenção.

    Dicas para conviver melhor com a enxaqueca

    Se você convive com crises de enxaqueca, algumas atitudes podem ajudar a manter o problema sob controle:

    • Tenha uma rotina de sono regular
    • Evite longos períodos de jejum
    • Reduza o consumo de cafeína e álcool
    • Mantenha-se hidratado
    • Anote os gatilhos em um diário de crises
    • Pratique atividade física regularmente
    • Busque apoio psicológico, se necessário

    Com o acompanhamento médico adequado e hábitos saudáveis, é possível conviver melhor com a enxaqueca e reduzir significativamente a frequência e intensidade das crises.

    A dor de cabeça é um sintoma comum, mas que pode indicar diferentes condições, como a enxaqueca. Saber diferenciar os dois quadros é essencial para buscar o tratamento mais eficaz e evitar sofrimento desnecessário. Quanto antes houver o diagnóstico e o início de medidas preventivas, maior a chance de melhorar a qualidade de vida.

    Se suas dores forem recorrentes, intensas ou impactarem sua rotina, não hesite em procurar um especialista. A saúde do seu cérebro merece atenção.

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