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    Medicina do sono: por que dormir bem é essencial para a saúde física e mental

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    Você sabia que noites mal dormidas afetam não só o seu humor e rendimento diário, mas também podem estar por trás de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e até depressão? A medicina do sono é a área que estuda exatamente esse impacto do sono na nossa saúde — e mostra que descansar bem vai muito além de uma questão de conforto: é, sim, um pilar fundamental para o bem-estar e a qualidade de vida.

    O que é medicina do sono e por que ela é importante?

    A medicina do sono é uma especialidade médica voltada para a prevenção, diagnóstico e tratamento de distúrbios do sono. Ela envolve áreas como neurologia, pneumologia, psiquiatria, otorrinolaringologia e psicologia, trabalhando de forma integrada para entender por que algumas pessoas têm dificuldades para dormir ou manter um sono reparador.

    Entre os problemas mais comuns tratados pela medicina do sono estão:

    • Insônia;
    • Apneia do sono;
    • Ronco;
    • Síndrome das pernas inquietas;
    • Sonambulismo;
    • Narcolepsia.

    O sono de má qualidade pode gerar um efeito cascata no organismo, prejudicando o metabolismo, a imunidade, o equilíbrio hormonal e até o desempenho cognitivo. E o pior: muita gente convive com esses sintomas sem saber que eles podem ser tratados com apoio especializado.

    Dormir mal não é normal: sinais de alerta para prestar atenção

    Você acorda cansado, mesmo após oito horas na cama? Ou leva mais de 30 minutos para adormecer quase todas as noites? Esses são alguns sinais de que algo pode estar errado com a qualidade do seu sono.

    Veja outros sintomas que merecem investigação médica:

    • Dificuldade persistente para iniciar ou manter o sono;
    • Acordar várias vezes durante a noite;
    • Sensação de sono leve e pouco restaurador;
    • Roncos intensos acompanhados de pausas na respiração;
    • Cansaço excessivo durante o dia, mesmo com um tempo razoável de sono;
    • Irritabilidade, lapsos de memória ou dificuldade de concentração.

    Esses sinais, quando frequentes, indicam que o organismo não está conseguindo cumprir os ciclos necessários do sono profundo e REM (movimento rápido dos olhos), fases essenciais para a recuperação do corpo e da mente.

    Como a falta de sono impacta a saúde

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dormir bem é um dos pilares da saúde, ao lado da alimentação equilibrada e da prática de atividades físicas. No entanto, o sono ainda é subestimado por muitas pessoas, que associam noites mal dormidas a uma rotina “produtiva” ou “comprometida”, sem perceber os danos que isso causa.

    A privação crônica do sono pode desencadear uma série de problemas de saúde:

    • Hipertensão arterial: o sono ajuda a regular a pressão sanguínea. Sem ele, o risco de pressão alta aumenta significativamente.
    • Doenças cardiovasculares: alterações hormonais e inflamatórias provocadas pela insônia aumentam o risco de infarto e AVC.
    • Diabetes tipo 2: a falta de sono afeta o metabolismo da glicose, contribuindo para a resistência à insulina.
    • Obesidade: dormir pouco interfere nos hormônios da saciedade e da fome, favorecendo o ganho de peso.
    • Depressão e ansiedade: há uma ligação direta entre distúrbios do sono e quadros de saúde mental.
    • Baixa imunidade: o sono fortalece o sistema imunológico, ajudando a prevenir infecções e doenças.

    Portanto, noites mal dormidas não devem ser tratadas como algo pontual. Se o problema é constante, é hora de buscar orientação médica.

    Qual é o tempo ideal de sono para cada faixa etária?

    A quantidade ideal de sono varia de acordo com a idade:

    • Recém-nascidos (0-3 meses): 14 a 17 horas por dia
    • Bebês (4-11 meses): 12 a 15 horas
    • Crianças pequenas (1-2 anos): 11 a 14 horas
    • Pré-escolares (3-5 anos): 10 a 13 horas
    • Crianças em idade escolar (6-13 anos): 9 a 11 horas
    • Adolescentes (14-17 anos): 8 a 10 horas
    • Adultos (18-64 anos): 7 a 9 horas
    • Idosos (65 anos ou mais): 7 a 8 horas

    Dormir menos do que isso de forma constante pode afetar o equilíbrio físico e emocional, mesmo que a pessoa não perceba de imediato.

    Como melhorar a qualidade do sono?

    Algumas medidas simples de higiene do sono podem fazer uma grande diferença para quem enfrenta dificuldades para dormir:

    • Crie uma rotina de sono: vá para a cama e acorde sempre nos mesmos horários, mesmo nos fins de semana.
    • Evite o uso de telas à noite: a luz azul emitida por celulares, tablets e TVs inibe a produção de melatonina, o hormônio do sono.
    • Reduza o consumo de cafeína e bebidas alcoólicas: principalmente nas horas que antecedem o sono.
    • Crie um ambiente propício para dormir: mantenha o quarto escuro, silencioso e com temperatura agradável.
    • Evite refeições pesadas à noite: prefira lanches leves e nutritivos.
    • Pratique atividades físicas regularmente: mas evite exercícios intensos próximo ao horário de dormir.

    Se essas estratégias não forem suficientes, vale procurar um especialista em medicina do sono para avaliação mais aprofundada.

    Quando procurar um especialista em sono?

    Se as queixas persistirem por mais de três semanas, é importante buscar ajuda médica. Clínicas especializadas ou centros de medicina do sono realizam exames específicos, como a polissonografia, que analisa a qualidade do sono durante uma noite completa.

    O diagnóstico adequado permite que o tratamento seja direcionado. Pode envolver desde mudanças no estilo de vida até o uso de medicamentos ou dispositivos como o CPAP, em casos de apneia obstrutiva do sono.

    Você pode começar buscando atendimento com um clínico geral ou médico da família, que poderá encaminhar ao especialista adequado.

    Dormir bem é um investimento na sua saúde

    No final das contas, o sono é um dos recursos mais poderosos que temos para viver com mais equilíbrio, produtividade e disposição. Respeitar o próprio ritmo biológico, identificar sinais de alerta e buscar ajuda especializada quando necessário são passos essenciais para garantir saúde a curto, médio e longo prazo.

    Dormir bem não é luxo — é necessidade. Cuide do seu sono como cuida da sua alimentação, da sua mente e do seu corpo. A medicina do sono está aí para ajudar, mas o primeiro passo é reconhecer que descansar é também uma forma de viver melhor.

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