Ao longo dos anos, o mês de setembro tem ganhado um tom diferente no Brasil. Ele deixa de ser apenas mais um período no calendário e passa a ser sinônimo de reflexão sobre a vida, o sofrimento invisível e os cuidados com a mente. Campanhas de conscientização sobre a prevenção ao suicídio transformam escolas, empresas e famílias com laços mais atentos, mais abertos, mais humanos.
O diálogo é urgente. Segundo o Conselho Federal de Medicina, o país presenciou um aumento de 43% nas mortes por suicídio em uma década. Entre adolescentes, esse número cresceu assustadoramente: 81%. Menores de 14 anos também entraram nas estatísticas com crescimento de 113% entre 2010 e 2013. Falar sobre isso não é perigoso. O silêncio, sim, é perigoso.
Prevenção começa ao olhar, escutar e acreditar na dor do outro.
O que é o setembro amarelo e por que ele existe
O movimento conhecido como setembro amarelo nasceu para quebrar o tabu sobre o suicídio e promover estratégias reais de cuidado com a saúde mental. Não se trata apenas de vestir uma cor ou compartilhar mensagens. É sobre informação, presença e acolhimento.
Setembro amarelo significa criar espaços de diálogo sem julgamento. A campanha incentiva a identificação precoce de sinais de risco, o acesso a serviços multidisciplinares e a valorização do bem-estar. Além disso, convida toda a sociedade a construir redes de apoio que salvam vidas – nas escolas, nos consultórios, em casa e nos ambientes de trabalho.
Dados da OMS apontam que existem mais de 700 mil registros globais de suicídio a cada ano, embora o número real supere 1 milhão. No Brasil, cerca de 14 mil casos são registrados anualmente, ou seja, aproximadamente 38 pessoas tiram a própria vida todos os dias.
Como identificar sinais de risco e oferecer apoio
Na maioria dos casos, o sofrimento silencioso precede a crise. Quase sempre há pequenos sinais, mesmo que não pareçam fáceis de perceber num primeiro momento. E é claro, cada pessoa expressa a dor de uma forma, mas listamos alguns comportamentos que o Ministério da Saúde considera indícios de atenção:
- Expressão frequente de sentimentos de desesperança ou desamparo.
- Falas diretas ou indiretas sobre não querer viver, como: “Vou desaparecer”, “Eu queria dormir e não acordar”.
- Isolamento social, evitando amigos, familiares e atividades de que antes gostava.
- Mudança drástica no padrão de sono, alimentação ou higiene.
- Distribuição de objetos pessoais de valor sentimental.
- Comportamentos autodestrutivos, abuso de álcool ou outras substâncias.
Se você observar algo semelhante em alguém, não ignore. Falar pode salvar.
É comum se sentir inseguro sobre o que dizer ou fazer diante dessas situações. Mas o mais importante é estar presente, escutar (de verdade!) sem julgar ou apressar conselhos. Muitas vezes, somente a escuta empática já reduz o sofrimento e mostra que aquela pessoa não está sozinha.
O papel dos familiares e amigos
Se você percebe sinais em alguém próximo, tente iniciar um diálogo aberto, sem preconceito ou cobranças. Use frases como:
- “Percebi que você está diferente ultimamente, quer conversar?”
- “Estou aqui para te ouvir, sem te julgar.”
- “Se quiser, posso te acompanhar para procurar ajuda.”
Evite minimizar o sofrimento dizendo coisas como “isso é frescura” ou “você tem tudo na vida”. Cada dor é singular. Muitas vezes, simplesmente perguntar e escutar é o suficiente no primeiro momento.
Como profissionais de saúde podem ajudar
Profissionais de saúde, como psicólogos, psiquiatras e médicos, têm papel central no acolhimento. Eles não apenas orientam nos casos de urgência, mas também aplicam abordagens preventivas, incluindo acompanhamento contínuo, terapias individuais ou em grupo e integração a serviços especializados.
O Kivid Saúde, por exemplo, aproxima usuários de profissionais e clínicas especializadas, facilitando a criação de rotinas de cuidado contínuo e descomplicando o acesso a diferentes especialidades e exames. Com uma rede integrada, é possível agir de diferentes maneiras, da escuta inicial ao agendamento de acompanhamentos, de forma ágil e segura.
Combatendo o preconceito e ampliando o diálogo
Falar sobre suicídio não incentiva o ato, como muitos ainda pensam. Na verdade, abrir esse tema quebra barreiras, aproxima familiares, melhora laços sociais e pode prevenir ocorrências. A informação de qualidade aliada à empatia é a melhor forma de enfrentar o preconceito e derrubar mitos nocivos.
Dentro das empresas, a promoção de saúde emocional também é indispensável. Diversos estudos mostram como a sobrecarga e o burnout aumentam o risco de adoecimento psíquico e tentativas de suicídio. Se quiser saber mais sobre esse tema, leia como o aumento de casos de burnout colocou a saúde mental em destaque no ambiente corporativo.
Talvez você também se interesse pela nossa matéria sobre a importância da psicologia na promoção do bem-estar, que aprofunda técnicas de comunicação acolhedora e a abordagem não-julgadora.
Atenção à comunicação responsável
Abordar o tema do suicídio exige delicadeza e ética. Sempre evite sensacionalismo, exposição excessiva, detalhes sobre métodos ou linguagem de julgamento. Se for conversar sobre o assunto, opte por informações construtivas. Apoie iniciativas que valorizam a vida e orientam na busca por ajuda. Se quiser aprender sobre limites e como isso protege a saúde emocional, conheça nosso conteúdo sobre aprender a dizer não.
Recursos de apoio e serviços gratuitos
Nem sempre é fácil buscar ajuda, especialmente em momentos de dor intensa. Por isso, o acesso a canais gratuitos e acolhedores faz total diferença:
- CVV – Centro de Valorização da Vida: Atendimento 24 horas pelo 188, via telefone, chat ou e-mail, com voluntários treinados para escuta e orientação.
- SUS: A rede pública oferece unidades especializadas como CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), UBS e hospitais-dia, com acompanhamento multiprofissional.
- Clínicas e profissionais credenciados: Projetos como o Kivid Saúde conectam usuários a consultas presenciais e telemedicina, ampliando o acesso a especialistas em saúde mental.
O fortalecimento de redes comunitárias também é indispensável. Grupos de apoio, ONGs, escolas atentas e ambientes de acolhimento podem identificar precocemente situações de risco. Para pais interessados em acompanhar o bem-estar emocional dos filhos, indicamos nosso artigo especializado em saúde mental nas escolas.
Valorização da vida: foco na prevenção todos os dias
Ao contrário do que alguns pensam, cuidar da saúde mental não se resume ao tratamento de doenças. A prevenção verdadeira passa pelo incentivo ao autoconhecimento, à escuta ativa e à construção de redes de confiança. A valorização da vida exige vigilância diária, não apenas em setembro.
- Promova conversas abertas em casa e no trabalho.
- Conscientize colegas sobre como pequenas atitudes ajudam na prevenção.
- Busque informações em fontes confiáveis, como órgãos oficiais de saúde e conteúdos de projetos como o Kivid.
- Valorize atitudes que fortalecem vínculos e autoestima.
Inclusive, para quem já sente o peso da sobrecarga, entender os sinais de alerta é o primeiro passo para procurar apoio. Se quiser saber mais sobre como a pressão pode adoecer, leia sobre a sobrecarga prolongada e seus efeitos na saúde emocional dos brasileiros.
Atuação das clínicas e profissionais: aliados da prevenção contínua
As clínicas, laboratórios e profissionais de saúde possuem uma missão de impacto direto: facilitar o acesso, acolher com empatia e incentivar a busca precoce por ajuda. Quanto mais integrada for a atuação junto a redes de apoio como escolas, empresas e famílias, maior será a chance de reversão dos quadros críticos.
Soluções digitais como a plataforma de Passaporte de Saúde do Kivid tornam o cuidado mais próximo e recorrente. Assim, consultas preventivas e monitoramento de sintomas deixam de ser burocráticos ou inacessíveis, promovendo saúde mental sustentável.
Para concluir, independentemente do mês no calendário, preservar vidas é um compromisso coletivo. Encoraje conversas francas, procure ajuda quando necessário e fortaleça vínculos todos os dias.
A vida de alguém pode mudar com um simples gesto. Não hesite em agir.
Fortaleça esse movimento ao conhecer melhor o propósito do Kivid e descubra como podemos juntos tornar acessível o cuidado preventivo em saúde mental para mais pessoas. Sua atuação pode fazer toda a diferença.
Perguntas Frequentes sobre setembro amarelo e saúde mental
O que é o Setembro Amarelo?
O Setembro Amarelo é uma campanha nacional dedicada à conscientização e prevenção do suicídio. O mês de setembro foi escolhido para estimular debates, promover informação segura e incentivar a valorização da vida. A proposta é quebrar tabus, orientar sobre sinais de risco e ampliar redes de apoio à saúde mental.
Como posso ajudar alguém com depressão?
Você pode ajudar oferecendo presença, escuta sem julgamentos e incentivo para buscar acompanhamento especializado. Proponha-se a ser um apoio, mostrando empatia e evitando frases que minimizem a dor. Ao sinal de risco, procure orientação em serviços como o CVV (188) ou encaminhe para acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.
Quais são os sinais de alerta de suicídio?
Os sinais mais comuns incluem falas sobre desejo de morrer, isolamento social, mudanças bruscas de comportamento, abandono de hobbies, alteração no sono e alimentação, além do uso abusivo de substâncias. Também é importante notar expressões de desamparo e doação de bens pessoais.
Onde buscar apoio em saúde mental?
Busque suporte no CVV (188), unidades do SUS como CAPS e UBS, clínicas especializadas, grupos de apoio e plataformas como o Kivid Saúde. Muitas dessas opções oferecem atendimento gratuito ou facilitado, ampliando o acesso para diferentes perfis.
Como prevenir problemas de saúde mental?
A prevenção envolve promover o diálogo aberto, valorizar relações de confiança, praticar autocuidado e buscar orientação sobre limites pessoais. Manter rotinas saudáveis e procurar aconselhamento ao perceber sinais de sofrimento também são medidas de cuidado preventivo. Acompanhe conteúdos sobre psicologia e saúde mental para ampliar sua rede de proteção.