A tireoide é uma pequena glândula localizada na parte frontal do pescoço, mas o impacto que ela tem sobre o funcionamento do organismo é enorme. Responsável por produzir hormônios essenciais para o metabolismo, a tireoide influencia diretamente o ritmo dos batimentos cardíacos, a temperatura corporal, o peso, o humor, entre várias outras funções vitais.
Por isso, quando algo está errado com essa glândula, o corpo envia sinais. E saber reconhecê-los pode fazer toda a diferença para o diagnóstico precoce de doenças como hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos tireoidianos ou até mesmo câncer de tireoide.
Por que é importante estar atento à saúde da tireoide?
Muitas vezes, os problemas na tireoide se desenvolvem de forma silenciosa. Os sintomas podem ser confundidos com sinais de estresse, envelhecimento ou outras condições comuns. No entanto, alterações hormonais causadas por disfunções da tireoide podem impactar seriamente a qualidade de vida e, se não tratadas, trazer riscos à saúde.
Estima-se que mais de 60% das pessoas com distúrbios na tireoide não saibam que têm a condição. Isso reforça a importância de prestar atenção aos sinais do corpo e realizar exames periódicos.
Sinais de que sua tireoide pode estar em desequilíbrio
A seguir, conheça os principais sintomas que podem indicar que algo não vai bem com a sua tireoide. Se você identificar um ou mais desses sinais de forma persistente, vale a pena buscar avaliação médica.
1. Alterações no peso corporal sem causa aparente
Uma das primeiras pistas de que a tireoide pode estar em desequilíbrio são mudanças no peso que não têm relação com dieta ou exercícios. O hipotireoidismo (produção insuficiente de hormônios) costuma provocar ganho de peso, mesmo comendo pouco. Já o hipertireoidismo (produção excessiva) pode levar à perda de peso rápida e involuntária.
2. Cansaço excessivo ou insônia
O cansaço constante, mesmo após uma boa noite de sono, é comum em casos de hipotireoidismo. Por outro lado, o hipertireoidismo pode causar insônia, agitação e dificuldade para relaxar. Em ambos os casos, a energia do corpo fica comprometida.
3. Alterações no ritmo intestinal
A constipação (prisão de ventre) frequente pode estar ligada ao hipotireoidismo, pois o metabolismo mais lento interfere na digestão. Já o intestino mais solto ou episódios frequentes de diarreia podem indicar hipertireoidismo.
4. Queda de cabelo e unhas frágeis
Problemas na tireoide afetam a saúde dos cabelos e das unhas. A queda excessiva de fios, fios ressecados ou quebradiços, assim como unhas que lascam com facilidade, podem ser sinais de alerta.
5. Sensibilidade ao frio ou ao calor
Pessoas com hipotireoidismo tendem a sentir mais frio, mesmo em ambientes mais quentes. Já quem tem hipertireoidismo pode sentir calor em excesso, suar mais do que o normal e apresentar intolerância ao calor.
6. Alterações de humor e memória
A tireoide influencia também o sistema nervoso. Assim, sintomas como irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, lapsos de memória e até depressão podem ter origem em disfunções hormonais dessa glândula.
7. Inchaço no pescoço
O aumento do volume na parte frontal do pescoço pode indicar a presença de um bócio (aumento da tireoide), nódulos ou inflamações. Em alguns casos, esse inchaço pode ser visível ou causar desconforto ao engolir ou respirar.
8. Irregularidades menstruais e infertilidade
Distúrbios da tireoide afetam diretamente o ciclo menstrual. Mulheres com hipotireoidismo podem apresentar ciclos mais longos e intensos, enquanto no hipertireoidismo, é comum que os ciclos fiquem irregulares ou mais curtos. Em ambos os casos, pode haver impacto na fertilidade.
Quando procurar um endocrinologista?
Ao identificar qualquer um dos sintomas mencionados, especialmente de forma persistente, é importante procurar um clínico geral ou endocrinologista. Esse profissional é especializado em distúrbios hormonais e pode solicitar exames como o TSH e T4 livre, que ajudam a avaliar o funcionamento da tireoide.
Além disso, exames de imagem, como a ultrassonografia da tireoide, podem ser recomendados em casos de suspeita de nódulos ou aumento da glândula.
Como é feito o diagnóstico dos distúrbios da tireoide?
O diagnóstico das doenças da tireoide envolve uma combinação de avaliação clínica, histórico do paciente e exames laboratoriais. Os principais são:
- TSH (hormônio estimulante da tireoide): é o primeiro a ser solicitado e indica se a tireoide está funcionando adequadamente;
- T4 livre e T3: são os hormônios produzidos pela tireoide e ajudam a confirmar o diagnóstico;
- Ultrassonografia: utilizada para investigar alterações físicas na glândula, como nódulos ou aumento de volume.
Com base nos resultados, o médico define o tipo de disfunção e o tratamento mais adequado.
Tratamento e acompanhamento: o que esperar
O tratamento varia conforme o tipo de distúrbio. No hipotireoidismo, o mais comum é o uso diário de levotiroxina (hormônio sintético da tireoide). Já no hipertireoidismo, pode ser necessário usar medicamentos antitireoideanos, fazer iodoterapia ou, em casos específicos, realizar cirurgia.
Em todos os casos, o acompanhamento médico é essencial para ajustar as doses e garantir o equilíbrio hormonal ao longo do tempo.
Cuide da sua saúde: tireoide em dia é qualidade de vida
Mesmo sendo uma glândula pequena, a tireoide tem um papel enorme na regulação do nosso organismo. Ficar atento aos sinais do corpo, realizar exames de rotina e manter um acompanhamento médico adequado são atitudes simples que podem evitar complicações futuras e melhorar sua qualidade de vida.
Se você percebeu algum dos sintomas mencionados, não hesite em procurar orientação médica. Cuidar da saúde da tireoide é cuidar do corpo como um todo.
