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    Teste de esforço ergométrico: quando é indicado e o que pode revelar sobre o coração

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    Cuidar da saúde do coração vai muito além de manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios regularmente. Em alguns momentos, é fundamental contar com exames específicos que avaliem a função cardíaca em situações de esforço físico. Um desses exames é o teste de esforço ergométrico, conhecido também como teste da esteira.

    Comumente solicitado por cardiologistas, esse exame é uma ferramenta importante para a detecção precoce de doenças cardiovasculares, além de ser útil no acompanhamento de pacientes com histórico de problemas cardíacos ou que desejam iniciar uma rotina de atividades físicas com segurança.

    O que é o teste de esforço ergométrico?

    O teste de esforço ergométrico é um exame não invasivo que avalia o comportamento do coração durante atividades físicas progressivas, geralmente realizadas em esteira ou bicicleta ergométrica. Enquanto o paciente se exercita, são monitoradas variáveis como:

    • Frequência cardíaca
    • Pressão arterial
    • Ritmo cardíaco (através do eletrocardiograma)
    • Capacidade funcional do paciente

    O objetivo é identificar possíveis alterações que não aparecem em repouso, mas que se manifestam durante o esforço físico, como arritmias, isquemias (redução do fluxo sanguíneo para o coração) e quedas anormais de pressão arterial.

    Quando o teste ergométrico é indicado?

    Embora seja popular, o teste de esforço não é recomendado para qualquer pessoa sem critério médico. Ele costuma ser solicitado em situações específicas, como:

    1. Avaliação de sintomas cardíacos

    Pacientes que apresentam sintomas como dor no peito, palpitações, tonturas ou falta de ar durante atividades físicas podem se beneficiar do teste ergométrico. Ele ajuda a verificar se esses sinais estão relacionados a doenças do coração, como angina ou arritmias.

    2. Monitoramento de doenças cardíacas já diagnosticadas

    Pessoas com histórico de doença arterial coronariana, infarto, hipertensão ou arritmias costumam realizar esse exame de forma periódica, para acompanhar a evolução do quadro e ajustar o tratamento, quando necessário.

    3. Avaliação prévia para início de atividades físicas

    Indivíduos sedentários ou com fatores de risco cardiovascular — como obesidade, diabetes, hipertensão ou tabagismo — devem passar por uma avaliação cardiológica antes de iniciar uma rotina intensa de exercícios. O teste ergométrico garante que a prática de atividades será segura para o organismo.

    4. Check-up de rotina em pacientes com fatores de risco

    Homens a partir dos 40 anos e mulheres a partir dos 50, principalmente se tiverem histórico familiar de doenças cardiovasculares, podem realizar o teste como parte de um check-up preventivo.

    Como é feito o teste ergométrico?

    O exame é realizado em ambiente clínico, com supervisão de um profissional de saúde, geralmente um cardiologista. O paciente é orientado a usar roupas confortáveis e tênis, como se fosse praticar exercícios físicos.

    Durante o teste:

    1. Eletrodos são fixados no tórax para monitorar o eletrocardiograma (ECG).
    2. Um esfigmomanômetro é colocado para medir a pressão arterial ao longo do exame.
    3. O paciente inicia o exercício na esteira (ou bicicleta), com intensidade crescente.
    4. O teste é interrompido caso apareçam sinais de exaustão, alterações cardíacas preocupantes ou se o paciente atingir o limite máximo de esforço para sua idade.

    O exame dura entre 8 a 12 minutos, e o laudo é emitido pelo cardiologista logo após a análise dos dados.

    O que o teste de esforço pode revelar sobre o coração?

    O grande diferencial do teste ergométrico é permitir uma análise dinâmica do funcionamento do coração, o que não é possível com exames realizados em repouso. A partir dele, é possível:

    • Identificar isquemia miocárdica: quando há redução do fluxo de sangue para o músculo cardíaco durante o esforço.
    • Detectar arritmias induzidas pelo exercício: como taquicardias ventriculares ou supraventriculares.
    • Avaliar a resposta da pressão arterial ao exercício: subidas ou quedas abruptas podem indicar problemas.
    • Verificar a capacidade funcional e o condicionamento físico: útil tanto para atletas quanto para pacientes em reabilitação cardíaca.
    • Avaliar a eficácia de tratamentos: como o uso de betabloqueadores ou revascularizações cardíacas.

    Existem contraindicações para o teste ergométrico?

    Sim, embora seja seguro quando feito sob supervisão médica, o teste de esforço tem contraindicações absolutas e relativas, como:

    • Infarto agudo do miocárdio recente (menos de 48 horas)
    • Insuficiência cardíaca descompensada
    • Arritmias graves não controladas
    • Miocardite ou pericardite aguda
    • Doença respiratória ou ortopédica que impeça o exercício

    Por isso, é essencial que o exame seja sempre indicado por um médico, que avaliará o histórico do paciente e eventuais riscos.

    Teste ergométrico não substitui outros exames cardíacos

    Apesar de ser uma ferramenta valiosa, o teste de esforço não substitui exames como ecocardiograma, cintilografia ou cateterismo, que são mais indicados em algumas situações específicas.

    Ele também não é recomendado para diagnóstico definitivo de infarto, nem para avaliar dores torácicas em repouso, que exigem exames mais aprofundados em ambiente hospitalar.

    Cuidar do coração é um compromisso com a vida

    As doenças cardiovasculares continuam liderando o ranking das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Por isso, adotar uma postura preventiva e estar atento aos sinais do corpo é fundamental.

    O teste ergométrico é uma das ferramentas que permite avaliar a saúde do coração de forma segura e acessível, contribuindo para diagnósticos mais precisos e uma melhor qualidade de vida. Converse com seu médico sobre a necessidade de realizar esse exame, especialmente se você apresenta fatores de risco ou pretende iniciar uma nova rotina de atividades físicas.

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