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    Transtornos de ansiedade em adultos: quando procurar ajuda e como enfrentar o problema

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    Os transtornos de ansiedade são considerados uma das condições de saúde mental mais comuns entre adultos em todo o mundo. Caracterizados por sentimentos persistentes de medo, preocupação ou apreensão, esses transtornos podem afetar significativamente a qualidade de vida, as relações sociais e o desempenho profissional.

    Apesar de ser uma condição cada vez mais falada, muitos adultos ainda enfrentam dificuldade para identificar os sintomas ou buscar ajuda. 

    O que são transtornos de ansiedade?

    A ansiedade, em níveis normais, é uma reação natural do organismo diante de situações de estresse ou perigo. Ela nos prepara para agir com mais atenção e rapidez. No entanto, quando esse sentimento se torna excessivo, constante e desproporcional ao estímulo, pode indicar um transtorno de ansiedade.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 260 milhões de pessoas vivem com algum tipo de transtorno de ansiedade, sendo o Brasil um dos países com maior prevalência. Entre os mais comuns estão:

    • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
    • Transtorno do Pânico
    • Fobias específicas (como medo de voar ou de lugares fechados)
    • Transtorno de Ansiedade Social
    • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
    • Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

    Sintomas mais comuns da ansiedade em adultos

    Os sintomas da ansiedade podem variar de pessoa para pessoa, mas costumam envolver tanto sinais físicos quanto emocionais. Os mais frequentes incluem:

    • Preocupações constantes e descontroladas
    • Sensação de nervosismo ou tensão
    • Palpitações e batimentos cardíacos acelerados
    • Dificuldade para dormir
    • Sudorese excessiva
    • Fadiga
    • Irritabilidade
    • Sensação de “mente acelerada” ou dificuldade de concentração
    • Medo de perder o controle ou enlouquecer

    Esses sintomas muitas vezes são confundidos com outras doenças, como problemas cardíacos ou neurológicos, o que pode atrasar o diagnóstico correto.

    Quando procurar ajuda profissional?

    Muitas pessoas convivem com a ansiedade por anos sem buscar tratamento, acreditando que é algo normal ou passageiro. No entanto, se os sintomas persistem por mais de seis meses e começam a impactar negativamente a rotina, é hora de procurar apoio profissional.

    O primeiro passo pode ser uma consulta com o médico de família ou clínico geral, que poderá encaminhar o paciente a um psiquiatra ou psicólogo. O diagnóstico é clínico, baseado em uma avaliação detalhada dos sintomas, da duração e da intensidade dos episódios de ansiedade.

    Quais são os tratamentos mais indicados?

    O tratamento dos transtornos de ansiedade costuma ser bastante eficaz, especialmente quando iniciado precocemente. Ele pode envolver:

    1. Psicoterapia

    A psicoterapia é uma das principais formas de tratamento. A abordagem mais utilizada é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda o paciente a reconhecer pensamentos distorcidos e padrões de comportamento que alimentam a ansiedade.

    A terapia também ensina técnicas práticas de enfrentamento, como controle da respiração, reestruturação cognitiva e treinamento de habilidades sociais.

    2. Medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos

    Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser necessário. Os antidepressivos de nova geração (como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina) são bastante eficazes e geralmente bem tolerados.

    É importante destacar que o uso de qualquer medicamento deve ser sempre feito com prescrição e acompanhamento médico, especialmente porque pode haver efeitos colaterais ou necessidade de ajuste de dose.

    3. Terapias integrativas e complementares

    Técnicas como mindfulness, meditação guiada, acupuntura, exercícios de respiração e atividade física regular têm mostrado benefícios no controle da ansiedade, funcionando como ferramentas complementares ao tratamento principal.

    Estratégias de enfrentamento que ajudam no dia a dia

    Além do tratamento clínico, algumas estratégias podem ajudar a lidar com a ansiedade de forma mais eficaz:

    Mantenha uma rotina equilibrada

    Ter horários definidos para dormir, acordar, se alimentar e praticar atividades ajuda a reduzir a sensação de descontrole. A previsibilidade na rotina pode trazer uma sensação maior de segurança.

    Pratique exercícios físicos regularmente

    A prática de atividades como caminhada, natação, dança ou musculação libera endorfinas e serotonina — substâncias naturais do corpo que promovem bem-estar e reduzem a ansiedade.

    Reduza o consumo de cafeína e álcool

    Essas substâncias podem aumentar a agitação e desencadear episódios de ansiedade em algumas pessoas. Se possível, substitua por chás calmantes como camomila, erva-cidreira e lavanda.

    Evite excesso de informações e redes sociais

    Estar constantemente exposto a notícias negativas e comparações nas redes pode aumentar o estresse e a ansiedade. Estabeleça limites no uso do celular e reserve momentos para desconectar.

    Durma bem

    A qualidade do sono tem relação direta com a saúde mental. Tente criar um ambiente favorável ao sono: sem luzes fortes, barulhos ou uso de telas antes de dormir.

    Ansiedade tem cura?

    Os transtornos de ansiedade são condições tratáveis, mas nem sempre curáveis no sentido absoluto. O que se busca com o tratamento é o controle dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida.

    Com acompanhamento adequado, é possível evitar crises, identificar gatilhos e fortalecer o autocuidado. A chave está em combinar tratamento profissional com estratégias saudáveis de enfrentamento.

    O papel do apoio familiar e social

    Ter uma rede de apoio é fundamental para enfrentar a ansiedade. Familiares, amigos e colegas de trabalho que entendem a condição e oferecem suporte emocional fazem toda a diferença no processo de recuperação.

    Incentivar a busca por ajuda, escutar sem julgamento e respeitar os limites do outro são atitudes simples, mas muito poderosas.

    Viver com ansiedade não significa viver com sofrimento constante. Ao identificar os sinais e buscar ajuda adequada, é possível retomar o equilíbrio emocional, resgatar a autoconfiança e melhorar o bem-estar.

    Mais do que um tratamento, o enfrentamento da ansiedade passa por uma mudança de estilo de vida e por uma nova relação com os próprios pensamentos e emoções. E o primeiro passo pode ser mais simples do que parece: falar sobre o assunto e não enfrentar isso sozinho.

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