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    Junho Vermelho: por que o Dia Mundial do Doador de Sangue é tão importante para salvar vidas

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    Durante o mês de junho, uma campanha ganha destaque em todo o Brasil: o Junho Vermelho. A iniciativa tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue, especialmente no dia 14 de junho, quando é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Essa é uma data simbólica para homenagear os doadores e, ao mesmo tempo, alertar sobre a necessidade contínua de manter os estoques de sangue abastecidos.

    Com a chegada do inverno e o aumento de infecções respiratórias, os bancos de sangue costumam registrar queda nas doações. Além disso, datas como feriados prolongados e férias escolares também impactam o comparecimento dos doadores. Por isso, campanhas como o Junho Vermelho são fundamentais para manter a doação em evidência e incentivar esse ato de solidariedade que pode salvar até quatro vidas com uma única doação.

    A importância da doação de sangue para o sistema de saúde

    O sangue é um recurso vital que não pode ser fabricado artificialmente. Ele é essencial em cirurgias, tratamentos de doenças graves, acidentes e complicações obstétricas. Pacientes com câncer, doenças crônicas, hemofilia ou que passam por transplantes, por exemplo, muitas vezes dependem de transfusões frequentes.

    De acordo com o Ministério da Saúde, a necessidade de sangue é constante em todos os estados brasileiros. Mesmo com mais de 3,5 milhões de doações realizadas anualmente no país, o número ainda não é suficiente para atender à demanda de forma segura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que pelo menos 3% da população seja doadora regular para manter os estoques estáveis. No Brasil, esse índice gira em torno de 1,8%.

    Quem pode doar sangue?

    A doação de sangue é um procedimento simples, rápido e seguro. Para ser um doador, é preciso atender a alguns critérios estabelecidos pelos hemocentros:

    • Estar em boas condições de saúde;
    • Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis);
    • Pesar no mínimo 50 kg;
    • Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24h);
    • Estar alimentado (evitar alimentos gordurosos nas 4 horas anteriores);
    • Apresentar documento oficial com foto.

    Algumas situações impedem temporariamente a doação, como gripe ou febre recente, uso de certos medicamentos ou realização de procedimentos como tatuagens nos últimos 12 meses. Já outras condições, como doenças transmissíveis pelo sangue, impedem a doação de forma definitiva.

    Quais são os tipos de doação de sangue?

    Existem diferentes formas de doar sangue, e todas são igualmente importantes:

    • Doação total: é o tipo mais comum. O sangue é coletado e separado posteriormente em seus componentes (hemácias, plaquetas, plasma).
    • Aferese: nesse processo, é feita a separação de um componente específico (como plaquetas), devolvendo ao doador os outros elementos.
    • Doação autóloga: quando o paciente doa seu próprio sangue para uso em uma cirurgia programada.

    Cada tipo de doação é indicada conforme a necessidade dos pacientes atendidos pelos hospitais.

    Passo a passo para doar sangue com segurança

    Se você nunca doou sangue, pode estar se perguntando como funciona o processo. Veja o passo a passo de como doar de maneira correta e segura:

    1. Cadastro e triagem clínica: ao chegar no hemocentro, você fará um cadastro com dados pessoais e responderá a um questionário sobre seu estado de saúde e estilo de vida. Todas as informações são confidenciais.
    2. Avaliação médica: um profissional de saúde verifica sinais vitais, como pressão arterial, pulso, temperatura e peso.
    3. Coleta: a doação em si leva de 8 a 12 minutos. Todo o material utilizado é descartável, garantindo a segurança do doador.
    4. Pós-doação: após a coleta, você ficará em observação por alguns minutos e receberá um lanche. É importante repousar e se hidratar bem durante o dia.

    Além disso, os hemocentros realizam uma triagem laboratorial do sangue doado para garantir a segurança dos pacientes que receberão as transfusões.

    Onde doar sangue no Brasil?

    No Brasil, há centenas de hemocentros e unidades móveis de coleta distribuídas por todos os estados. Os principais centros de referência são:

    • Hemocentro Coordenador (em cada capital);
    • Hemoba (Bahia);
    • Fundação Pró-Sangue (São Paulo);
    • Hemorio (Rio de Janeiro);
    • Hemope (Pernambuco);
    • Hemoam (Amazonas);
    • Fundação Hemominas (Minas Gerais).

    Para encontrar o local mais próximo da sua residência, você pode acessar o site do Ministério da Saúde ou diretamente a plataforma Doe Sangue, que oferece informações atualizadas e contatos dos hemocentros em todo o país.

    Junho Vermelho: um convite à solidariedade

    Criado em 2015 pelo movimento Eu Dou Sangue, o Junho Vermelho simboliza a cor do sangue e reforça o compromisso com a vida. A data do Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de junho) foi escolhida em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu os grupos sanguíneos.

    Durante todo o mês, prédios públicos, monumentos e pontos turísticos são iluminados de vermelho para lembrar a importância da doação e homenagear os doadores voluntários. A campanha também visa estimular a doação regular, que é essencial para manter os estoques em níveis seguros o ano inteiro, e não apenas em datas específicas.

    Mitos e verdades sobre a doação de sangue

    Mesmo com todas as campanhas de conscientização, ainda existem muitos mitos que afastam possíveis doadores. Confira alguns deles:

    • “Doar sangue engrossa ou afina o sangue.” Mito. O corpo repõe o volume doado rapidamente, sem alterar a viscosidade do sangue.
    • “A doação causa fraqueza.” Mito. Após a doação, é recomendável evitar esforços físicos intensos, mas a recuperação é rápida.
    • “Quem tem tatuagem não pode doar.” Mito. Pode doar após 12 meses da realização da tatuagem, desde que não haja outras contraindicações.
    • “A doação transmite doenças.” Mito. Todo o material utilizado é estéril e descartável.

    Combater essas desinformações é essencial para aumentar o número de doadores e garantir a sustentabilidade do sistema de saúde.

    Seja um doador e transforme vidas

    Doar sangue é um ato simples que tem um impacto profundo. Em poucos minutos, você pode fazer a diferença na vida de pessoas que enfrentam doenças graves, acidentes ou cirurgias delicadas. A doação regular é um compromisso com a sociedade e uma demonstração de empatia e responsabilidade.

    Se você está em boas condições de saúde, procure o hemocentro mais próximo e faça parte dessa corrente do bem. E se já é doador, incentive outras pessoas a seguirem o mesmo caminho. O Junho Vermelho é um convite para refletirmos sobre a importância de pequenas atitudes que salvam vidas todos os dias.

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