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    Tontura e labirintite: verdades e mitos que você precisa conhecer

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    Sentir tontura é algo relativamente comum, mas quando os episódios se tornam frequentes ou intensos, muitas pessoas associam imediatamente o sintoma à labirintite. Essa associação, no entanto, nem sempre está correta. Há uma série de mitos sobre esses distúrbios que dificultam o diagnóstico preciso e o tratamento adequado.

    A confusão entre tontura e labirintite é alimentada por informações desencontradas e pelo uso popular inadequado dos termos. 

    O que é tontura?

    A tontura é um sintoma, e não uma doença em si. Ela pode se manifestar como sensação de desequilíbrio, vertigem (quando tudo parece girar ao redor), instabilidade ao caminhar, sensação de cabeça leve ou até desorientação.

    Pode ter diversas causas, como:

    • Alterações na pressão arterial;
    • Distúrbios neurológicos;
    • Uso de certos medicamentos;
    • Problemas na visão;
    • Transtornos de ansiedade;
    • Doenças do labirinto.

    Ou seja, nem toda tontura está relacionada a uma alteração no ouvido interno, embora essa seja uma causa bastante comum.

    O que é labirintite?

    A labirintite, por sua vez, é uma inflamação no labirinto, estrutura localizada no ouvido interno responsável pelo equilíbrio e audição. Ela é considerada uma doença rara, mas muito confundida com outras alterações do labirinto, como a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) e a doença de Ménière, que são bem mais frequentes.

    A confusão entre labirintite e outras disfunções do equilíbrio é tão comum que muitos profissionais da saúde já adotam o termo labirintopatia, que engloba diferentes problemas do labirinto, para facilitar o entendimento.

    Mitos e verdades sobre tontura e labirintite

    A seguir, esclarecemos os principais mitos e verdades relacionados a esses distúrbios, com base em fontes confiáveis da área da saúde.

    1. Toda tontura é labirintite

    Mito.

    Embora a tontura possa ser causada por disfunções do labirinto, ela também pode estar relacionada a causas neurológicas, cardiovasculares, psiquiátricas ou metabólicas. Portanto, é essencial investigar o sintoma com um profissional, como um otorrinolaringologista ou neurologista, antes de atribuir o quadro à labirintite.

    2. Labirintite é uma doença comum

    Mito.

    Apesar de muitas pessoas dizerem que têm labirintite, essa condição específica (inflamação do labirinto geralmente provocada por uma infecção viral ou bacteriana) é rara. A maioria dos casos de tontura está ligada a outras disfunções vestibulares, como a VPPB.

    3. A tontura pode ter relação com ansiedade

    Verdade.

    Transtornos de ansiedade podem provocar ou agravar quadros de tontura, criando um ciclo difícil de quebrar. Pessoas ansiosas tendem a hiperventilar (respirar rápido demais), o que pode alterar o equilíbrio e gerar sensação de tontura. Além disso, o medo de sentir tontura novamente pode piorar os sintomas.

    4. Crises de labirintite sempre vêm acompanhadas de perda auditiva

    Mito.

    Nem todas as disfunções do labirinto afetam a audição. A labirintite bacteriana pode, sim, causar perda auditiva, mas outras condições, como a VPPB, geralmente não afetam a audição. É importante observar todos os sintomas associados, como zumbido, pressão no ouvido ou náusea, para ajudar no diagnóstico.

    5. Labirintite tem cura

    Verdade.

    A labirintite, quando corretamente diagnosticada e tratada, pode ser completamente resolvida. No entanto, muitas pessoas usam o termo de forma errada para descrever crises recorrentes de tontura, que podem estar ligadas a outras causas e, nesses casos, requerem controle contínuo.

    6. Alimentação influencia nas crises de labirintite

    Verdade.

    Uma alimentação rica em sal, açúcar, cafeína e álcool pode aumentar a retenção de líquidos e interferir na pressão dos líquidos do ouvido interno, piorando os sintomas. Manter uma dieta equilibrada e hidratação adequada ajuda a prevenir crises, especialmente em casos da doença de Ménière.

    7. Exercícios para o labirinto ajudam no tratamento

    Verdade.

    A reabilitação vestibular é uma forma de fisioterapia que ajuda a melhorar o equilíbrio por meio de exercícios específicos. Esses exercícios estimulam o cérebro a se adaptar e compensar a disfunção do labirinto, reduzindo a frequência e a intensidade das crises de tontura.

    Diagnóstico correto é essencial

    Diante de qualquer episódio persistente ou recorrente de tontura, o ideal é procurar avaliação médica. O diagnóstico envolve uma análise clínica detalhada, exame físico, testes vestibulares e, em alguns casos, exames de imagem, como a ressonância magnética.

    O tratamento vai depender da causa identificada. Pode incluir medicamentos, mudanças na alimentação, terapia psicológica ou fisioterapia, além de medidas preventivas para evitar novas crises.

    Cuidados no dia a dia para quem sofre com tonturas

    Algumas atitudes simples podem fazer grande diferença na rotina de quem lida com episódios de tontura:

    • Evitar movimentos bruscos com a cabeça;
    • Dormir bem e manter horários regulares;
    • Manter-se bem hidratado;
    • Reduzir o consumo de cafeína, sal e bebidas alcoólicas;
    • Evitar jejum prolongado;
    • Praticar atividades físicas de forma segura e orientada.

    Quando procurar ajuda médica com urgência?

    Em alguns casos, a tontura pode ser sintoma de algo mais grave. Procure atendimento imediato se a tontura vier acompanhada de:

    • Dor de cabeça intensa e súbita;
    • Fraqueza em um dos lados do corpo;
    • Dificuldade para falar;
    • Visão dupla ou turva;
    • Desmaio.

    Esses sintomas podem indicar um acidente vascular cerebral (AVC) ou outra emergência médica.

    A confusão entre tontura e labirintite é comum, mas pode atrapalhar o diagnóstico e o tratamento corretos. Tontura é um sintoma que merece atenção, principalmente quando ocorre com frequência ou limita as atividades do dia a dia. Entender a diferença entre os distúrbios do labirinto, saber reconhecer os sinais de alerta e procurar ajuda especializada são atitudes fundamentais para cuidar da saúde e manter a qualidade de vida.

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