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    Infarto em homens e mulheres: quais são os sintomas e por que eles podem ser diferentes?

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    O infarto agudo do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Embora os sinais clássicos do infarto já sejam conhecidos pela maioria das pessoas, como a dor intensa no peito, muitos ainda não sabem que os sintomas podem se manifestar de forma diferente em homens e mulheres.

    Essa diferença pode impactar diretamente no tempo de diagnóstico e no início do tratamento, o que torna fundamental reconhecer os sinais precoces e entender como eles se apresentam em cada sexo.

    O que é o infarto e por que ele acontece?

    O infarto ocorre quando uma ou mais artérias que irrigam o coração (as chamadas artérias coronárias) são obstruídas, geralmente por placas de gordura (aterosclerose). Essa obstrução impede que o sangue rico em oxigênio chegue até o músculo cardíaco, provocando a morte das células do coração em poucos minutos.

    Esse quadro pode ser desencadeado por:

    • Pressão alta descontrolada
    • Colesterol elevado
    • Diabetes
    • Tabagismo
    • Estresse intenso
    • Vida sedentária
    • Histórico familiar de doenças cardíacas

    Reconhecer os fatores de risco é tão importante quanto saber identificar os sintomas. Mas o desafio maior está justamente no fato de que os sinais do infarto nem sempre são óbvios, especialmente nas mulheres.

    Sintomas de infarto em homens: os sinais clássicos

    Os homens costumam apresentar sintomas considerados “típicos” de um ataque cardíaco. São sinais mais intensos e localizados, que facilitam o reconhecimento do problema.

    Entre os principais sintomas em homens, destacam-se:

    • Dor forte no peito, geralmente do lado esquerdo ou no centro, com sensação de aperto ou pressão
    • Irradiação da dor para o braço esquerdo, costas, mandíbula ou ombro
    • Falta de ar
    • Suor frio
    • Náuseas ou vômitos
    • Tontura e sensação de desmaio

    Esses sintomas tendem a surgir de forma súbita e a causar grande desconforto, o que costuma levar o paciente a procurar atendimento médico com rapidez — um fator que aumenta as chances de sobrevivência.

    Sintomas de infarto em mulheres: sinais mais silenciosos e perigosos

    Nas mulheres, o infarto pode se manifestar de maneira mais discreta e difusa, o que contribui para que muitos casos sejam confundidos com outras condições de saúde, como crises de ansiedade, problemas digestivos ou enxaquecas.

    Os sintomas mais comuns em mulheres incluem:

    • Dor ou desconforto abdominal, muitas vezes confundido com má digestão
    • Cansaço excessivo e sem explicação
    • Falta de ar, mesmo em repouso
    • Enjoos e vômitos
    • Palpitações ou sensação de coração acelerado
    • Tontura ou desmaio
    • Dor nas costas, pescoço ou mandíbula, sem a clássica dor no peito

    É importante lembrar que muitas mulheres não sentem dor no peito durante um infarto, o que faz com que o diagnóstico seja mais difícil e, infelizmente, mais tardio em boa parte dos casos.

    Por que os sintomas são diferentes entre homens e mulheres?

    As diferenças hormonais e estruturais entre os sistemas cardiovasculares de homens e mulheres ajudam a explicar por que os sintomas se manifestam de forma distinta.

    Em geral:

    • O coração feminino é menor e as artérias coronárias também são mais finas, o que aumenta a complexidade do diagnóstico.
    • Os estrogênios (hormônios femininos) têm um efeito protetor até a menopausa. Após essa fase, o risco de infarto cresce significativamente.
    • Mulheres tendem a desenvolver microangiopatia coronariana, um tipo de obstrução nos pequenos vasos do coração, que provoca sintomas atípicos e de difícil detecção em exames convencionais.

    Além disso, fatores psicossociais, como o estresse emocional, a dupla jornada de trabalho e o acúmulo de responsabilidades, impactam de forma distinta a saúde cardíaca feminina.

    Diagnóstico e tratamento: agilidade é essencial

    Independentemente do sexo, o infarto é uma emergência médica e requer atendimento imediato. Ao perceber os primeiros sinais, a recomendação é ligar para o SAMU (192) ou ir ao pronto-socorro mais próximo.

    O diagnóstico é feito por meio de:

    • Eletrocardiograma (ECG)
    • Exames de sangue, que identificam enzimas cardíacas liberadas durante o infarto
    • Exames de imagem, como ecocardiograma ou cateterismo

    O tratamento pode incluir o uso de medicamentos anticoagulantes e vasodilatadores, angioplastia (desobstrução das artérias) e, em alguns casos, cirurgia de revascularização (bypass).

    Quanto mais rápido for o atendimento, maiores as chances de salvar o coração e reduzir sequelas.

    A importância da prevenção para homens e mulheres

    A melhor forma de evitar um infarto é cuidar da saúde cardiovascular ao longo da vida. Isso inclui mudanças de hábitos e o acompanhamento médico regular.

    Confira algumas atitudes preventivas recomendadas:

    • Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e alimentos integrais
    • Praticar exercícios físicos regularmente
    • Controlar o estresse e a ansiedade
    • Parar de fumar
    • Controlar a pressão arterial, o colesterol e a glicose
    • Fazer check-ups anuais, principalmente após os 40 anos

    Mulheres devem dar atenção especial à saúde do coração no período da menopausa, quando o risco cardiovascular tende a aumentar.

    Quando buscar ajuda médica

    Nem toda dor no peito é um infarto, mas é melhor errar pelo excesso de cautela do que ignorar sinais de alerta. Se você ou alguém próximo estiver com:

    • Dor no peito persistente
    • Desconforto incomum no abdômen, costas ou mandíbula
    • Cansaço extremo
    • Falta de ar súbita

    Não espere! Procure atendimento imediatamente.

    Lembre-se: no caso de um infarto, cada minuto conta.

    Informação salva vidas

    O conhecimento sobre os sintomas do infarto, especialmente suas diferenças entre homens e mulheres, é uma ferramenta poderosa para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de recuperação. Ao reconhecer que os sinais podem ser diferentes, e muitas vezes silenciosos, você estará mais preparado para agir com rapidez e salvar vidas, inclusive a sua.

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